Resenha - Caminhos de Sangue


Resenha feita pela Luh!  
Título: Caminhos de Sangue
Título Original: Blood Red Road
Série: Dustlands (#1)
Autora: Moira Young
Editora: Intrínseca
Páginas: 352
Ano: 2012
Saiba mais: Skoob
Comprar: Saraiva // Submarino


Uma distopia emocionante, eu não conseguia parar de ler. Esqueci de ter fome, sono ou qualquer outra coisa, tudo o que eu pude pensar era "preciso saber o que vai acontecer agora".

Sinopse: Saba passou a vida inteira na Lagoa da Prata, uma imensidão de terra desértica assolada por constantes tempestades de areia. O lugar não a incomoda, contanto que o irmão gêmeo, Lugh, esteja por perto. Quando, porém, uma gigantesca tempestade chega trazendo quatro cavaleiros de mantos negros em seu rastro, a vida que Saba conhece chega ao fim: Lugh é raptado e ela tem que embarcar em uma perigosa jornada para resgatá-lo. Repentinamente jogada na realidade selvagem e sem lei do mundo além da Lagoa da Prata, Saba não consegue pensar no que fazer sem Lugh para guiá-la. Por isso, talvez a maior surpresa seja o que descobre sobre si mesma: é uma lutadora incansável, uma sobrevivente feroz e uma oponente perspicaz. Com a ajuda de um audacioso e atraente fugitivo e de uma gangue de garotas revolucionárias, Saba se torna a protagonista de um confronto que vai mudar o destino de sua civilização. 

A Trama: Há tempos eu não encontrava uma história que deixasse meu coração tão acelerado. Vou admitir que minha leitura estava bem lenta no início porque a linguagem me atrapalhou muito e até ficou incomodando, mas lá pela página 80, quando a ação realmente começa, eu já estava acostumada e mal notava as palavras erradas.
A trama começa com Saba, uma menina de dezoito anos, que mora em um lugar isolado do mundo com seu pai (que ela chama de Pai mesmo), o irmão gêmeo Lugh e a irmã mais nova Emmi. A mãe de Saba morreu há muitos anos e seu pai virou um homem fechado que nunca sorri, mas isso não impede as crianças de levar uma vida relativamente feliz. A terra onde a família mora é infértil e até a água está se tornando rara, mas o Pai não tem intenção alguma de se mudar dali. A vida deles vai seguindo até que um dia quatro homens montados em grandes cavalos aparecem e levam Lugh embora. Saba, de uma hora para a outra, acaba sozinha com a irmã pequena.
Não posso falar mais sobre a trama porque não quero dar spoilers mas podem acreditar que o livro é recheado de ação. Saba luta pela vida diversas vezes e sempre que você pensa que está tudo seguro a autora vai lá e causa uma enorme reviravolta na história, jogando os personagens principais no perigo mais uma vez. Eu adorei o mundo criado por Moira Young, o cenário muda a cada instante e nos introduz um pouco mais daquelas cidades estranhas e do maravilhoso ambiente distópico de Caminhos de Sangue.
Eu sei que houve muita comparação com Jogos Vorazes e não sei bem o que dizer. Sim, o livro tem muita ação, personagens cativantes e uma história de tirar o fôlego, mas é bem diferente da trilogia de Suzanne Collins, então não compre o livro se está esperando algo muito semelhante.
Uma das coisas que mais gostei no livro é que apesar de ele fazer parte de uma trilogia, a história tem um fim decente e você não fica morrendo de ansiedade pelo próximo volume (que está sendo lançado só agora nos EUA).

Os Protagonistas: Eu odiava a Saba. É isso mesmo. No início da história ela era apenas uma garota mimada e irresponsável que quase largou a irmãzinha na estrada pra procurar o precioso Lugh, reclamava de tudo e era teimosa como uma mula (ok, isso não mudou muito). Mas conforme o desenrolar da história Saba vai amadurecendo e nos mostrando um lado que eu não pensei que ela tivesse. Saba é feroz, forte, se arrisca o tempo inteiro pra proteger pessoas que ela mal conhece, não tem medo de desafiar os outros e aos poucos eu fui gostando cada vez mais dela. No final ela já era uma personagem madura, muito diferente da garotinha mimada do início, mas sem perder sua essência.

Os Personagens Secundários: Os personagens secundários foram todos muito bem construídos e a autora soube colocá-los na história nos exatos pontos em que eles se tornariam ainda mais interessantes. Emmi foi a única que despertou em mim uma relação de amor e ódio, às vezes ela parecia tão pequena e frágil e eu queria que ela fosse protegida, quando Saba falava alguma maldade para ela eu morria de pena, mas em algumas cenas Emmi ia lá e fazia alguma burrada surpreendente e eu simplesmente não acreditava que uma pessoa faria algo do tipo! Adorei a maneira como a autora introduziu Jack no livro e ele tornou o clima de certas situações muito melhor com seu jeito divertido e despreocupado. Muitos dos outros personagens eram bons mas não vai dar pra citar todo mundo, saiba apenas que cada um vai te conquistar de um jeitinho diferente e esteja preparado: num mundo distópico cheio de defeitos e pessoas pobres, nenhum dos personagens é "fofinho".

Capa, Diagramação e Escrita: A capa e o nome são legais e combinam bastante com o início da história (e eu fiquei aliviada de a editora não ter escolhido a capa do hardcover, que é muito feia) . A diagramação do livro também é ótima, adorei os desenhos de corvo, que é um personagem muito importante no livro. Já a escrita da Moira foi uma das coisas que mais me incomodou. Como a personagem é analfabeta, o livro estava cheio de erros de português e você tem que ignorar muitos "fazeno, correno, pensano", eu tive a sensação de que alguém perdeu o "d" do teclado! Achei esse tipo de escrita desnecessária e só estragou a narrativa.

Concluindo: É um livro ótimo, carregado de ação e com personagens que te surpreendem a cada instante. Uma vez que a história te prende é difícil parar de ler e eu recomendo o livro para qualquer fã de distopias, vocês não vão se arrepender!

Quotes:
Parece um dia como qualquer outro. Podia ser ontem, semana passada, um mês atrás. Mas num é. Num é um dia qualquer. Eu nunca soube. Eu num sabia que tudo podia tá bem num momento e então no momento seguinte ficar tão ruim que parece que antes era tudo um sonho.
Eles me chamam de Anjo da Morte.
Ela começa a correr na minha direção. Abre bem os braços e levanta o rosto. Pula do telhado. Ela voa. Por um momento, ela tá livre.
E é aí que eu atiro nela.
Classificação:
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