Resenha - O Céu Está Em Todo Lugar


Resenha feita pela Beatriz!  
Título: O Céu Está Em Todo Lugar
Título Original: The Sky is Everywhere
Livro Único.
Autora: Jandy Nelson 
Editora: Novo Conceito
Páginas: 423
Ano: 2011
Saiba mais: Skoob
Comprar: Submarino // Saraiva

Um livro tranquilo para aquelas terríveis horas de tédio.

Sinopse: Este é um livro de estreia vibrante, profundamente romântico e imperdível. Lennie Walker, de dezessete anos de idade, gasta seu tempo de forma segura e feliz às sombras de sua irmã mais velha, Bailey. Mas quando Bailey morre abruptamente, Lennie é catapultada para o centro do palco de sua própria vida - e, apesar de sua inexistente história com os meninos, inesperadamente se encontra lutando para equilibrar dois. Toby era o namorado de Bailey, cujos sentimentos de tristeza Lennie também sente. Joe é o garoto novo da cidade, com um sorriso quase mágico. Um garoto a tira da tristeza, o outro se consola com ela. Mas os dois não podem colidir sem que o mundo de Lennie exploda...

A Trama: Mesmo sendo previsível, a trama me lembrou uma "web-novela", ou seja, foi feita para o leitor passar o tempo sem se preocupar com tramas pesadas ou grandes surpresas, é algo bem leve e divertido, pois eu já tinha em mente desde o começo do livro em como iria acabar. Lennie, (ou John Lennon!), ainda não superou a morte da irmã mais velha, a pessoa em que ela mais se espelhava e isso machucou sua família em uma ferida já existente há muito tempo, pois quando pequena, Lennie viu a mãe fugir de casa e nunca mais voltou, deixando a avó cuidando das garotas sozinha e enchendo suas cabeças com a esperança de regresso.

Enfim, Lennie decide voltar para a escola e continuar com suas aulas de música, onde se depara com um aluno novo vindo da França e com sua escandalosa melhor amiga, Sarah, com quem ficou difícil falar, pois parece que ninguém mais entende seus sentimentos fúnebres. Em casa, além da enorme solidão de encontrar a cama da irmã e se conformar que ficará vazia para sempre, Lennie tem de aprender a enxergar que não é só ela a sofrer com isso, sua avó e seu tio Bob também sentem falta de Bailey, principalmente o ex-namorado dela, Tobby, que por um acaso, considera a irmã caçula muito parecida com a mais velha...

O que fazer quando sua única consolação é o tempo que passa tocando clarinete e espalhando poemas de momentos que passou junto da irmã por toda a cidade?


O Protagonista: Nossa protagonista confusa e bobinha da vez é Lennie. Tenho certeza que se não estivesse sofrendo pela morte da irmã, Lennie seria uma daquelas meninas chatas e desfocadas que a autora empurraria como protagonista. Sim, Lennie é irritante, indecisa e um pouco egoísta, mas a autora não deixou tudo isso de um jeito monótono, pelo contrário, ela formou uma personagem até que interessante por não ficar páginas e mais páginas contando como sua vida está uma droga, como não sabe o que fazer ou qual dos garotos escolher etc. Ela quer continuar em frente sem esquecer sua irmã, o que a deixava maluca quando sentia felicidade e ao mesmo tempo culpa por sorrir sabendo que Bailey nunca mais poderá fazer o mesmo. Lennie consegue revelar seus medos e pensamentos de um jeito calmo e não desorganizado, deixando a trama divertida e me surpreendendo muito nesse ponto. Além disso, Lennie é viciada no livro O Morro dos Ventos Uivantes!

Os Personagens Secundários: Como são conflitos de família, não há muitos personagens e o que eu mais gostei deles foi o jeito que a autora os mostrou, não aprofundando muito, mas contando seus medos e sonhos sem deixar ninguém insosso. Primeiro Joe Fontaine, o garoto novo francês, o motivo para Lennie começar a sair da melancolia. Joe foi muito engraçado e seu humor deu mais leveza à trama e para vida de Lennie. Ele foi o personagem que mais me fez rir e seu amor pela música e composição deu um charme a mais para a história. 

Também temos Tobby, que eu particularmente não gostei muito. Tudo na vida de Lennie seria mais fácil caso Tobby não tivesse seus "surtos de saudades" e quisesse "desabafar" com Lennie. Ainda temos Sarah, a melhor amiga de Lennie, eu só consigo me lembrar dela em algumas partes onde elas conversavam um pouco, mas lembro de ela ser maluca! E não posso me esquecer da avó, cujo nome acho que nunca foi revelado, e do tio Bob. Eles foram extremamente cativantes, cada um com sua respectiva personalidade extravagante, mas ambos preocupados com a planta de Lennie que refletia no que ela estava sentindo. Achei os dois bem engraçados e cada um tinha o momento de me fazer pensar e rir.

Mas a pergunta que não quer calar é: onde está o pai de Lennie? Durante toda a narrativa, percebi o sumiço da mãe e etc., mas em momento algum a avó contou para Lennie quem era seu pai e ela nem se perguntava o que teria acontecido para ele sumir. Para mim, isso foi uma falha feia no enredo.

Capa, Diagramação e Escrita: Eu não sei se gosto ou não dessa capa, considero ela uma tentativa de melhorar a versão horrível americana, mas é aquela coisa: se é para mudar, por que não faz melhor? Mesmo com isso, eu gosto muito da textura meio áspera, o único ponto fraco é que qualquer batida estraga, (eu que o diga!). E a frase chamada do livro define bem o que esperar da história, "Eu deveria estar de luto, não me apaixonando". Na diagramação a editora também deixou seus altos e baixos. Ao começar pela letra muito normal que escolheram e me pergunto se é para compensar o trabalho que tiveram em colocar em todo livro páginas inteiras com os poemas que Lennie deixava pela cidade e esse detalhe, admito, me conquistou mais que a história, apesar de estar claro que foi uma grande montagem. (Como o papel pode estar todo amassado e a letra intacta ou como ela conseguiu escrever com uma letra perfeita em troncos de árvores?).
Mas o que realmente não me fez o odiar as personagens e salvou a trama da chatice, foi a escrita fantástica da autora. Em primeira pessoa no ponto de vista de Lennie, Jandy demonstrou que sabe escrever muito bem mesmo, fazendo metáforas e comparações com coisas que eu nunca imaginaria e quando parava para pensar eu me perguntava de onde ela tirava tudo aquilo. Quando terminei de ler, senti vontade de bater palmas para ela, pois conseguiu me fazer gostar de Lennie e torcer para ela escolher um dos garotos e quando se trata de romances eu nunca suporto a protagonista e só torço para acabar logo!


Concluindo: Eu considero um livro para entreter, quando se tem uma tarde sem nada para fazer e quer passar o tempo com alguma coisa boba e divertida, como uma boa comedia romântica. E, acreditem, a nota seria muito menor se não fosse a bela escrita. Enfim, leiam e se deliciem com a divertida Lennie, (ou John Lennon!).
PS: não se deixe enganar pelo tamanho do livro, mesmo tendo mais de 400 páginas é uma leitura bem rápida que dá para terminar em um dia :D


Quotes:

Não sabia que o amor era assim, como se nos transformassem em um brilho.

 - Sabe que só ajo como um bobão para ouvi-la dizer quel bobão - ele responde.
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