Título: Lugar Nenhum
Título Original: Neverwhere
Livro Único.
Autor: Neil Gaiman
Editora: Conrad
Páginas: 236
Ano: 2010
Saiba mais: Skoob
Comprar: Submarino // Saraiva
De um jeito ritmado e envolvente, o livro nos mostra diversos personagens e cenários bizarros com um estilo moderno do clássico conto de Alice no País das Maravilhas.
Sinopse: Em 'Lugar Nenhum' Neil Gaiman conta a história de Richard Mayhew, um jovem escocês que vive uma vida normal em Londres. Tem um bom emprego e vai se casar com a mulher ideal. Uma noite, porém, ele encontra na rua uma misteriosa garota ferida e decide socorrê-la. Depois disso, parecer ter se tornado invisível para todas as outras pessoas. As poucas que notam sua presença não conseguem lembrar exatamente quem ele é. Sem emprego, noiva ou apartamento, é como se Richard não existisse mais. Pelo menos não nessa Londres. Sim, porque existe uma outra - a Londres-de-Baixo. Constituída de uma espécie de labirinto subterrâneo, entre canais de esgoto e estações de metrô abandonadas, essa outra Londres é povoada por monstros, monges, assassinos, nobres, párias e decaídos - e é para lá que Richard vai.
A Trama: Richard era um típico londrino. Trabalhava em um escritório comum, tinha conversas normais com seus colegas e depois do expediente voltava para seu simples apartamento. A maior agitação na sua vida era marcar a data para seu casamento. Até que certa noite, a caminho de uma importante reunião de negócios que definiria a futuro da empresa, Richard, acompanhado de Jéssica, sua noiva, se depara com uma garota caída no chão, com suas roupas em frangalhos e manchadas de sangue. Mesmo com toda a relutância de Jéssica, Richard leva a tal menina misteriosa para seu apartamento, já que ela lhe implorou para que não a deixasse em um hospital. Mas, de repente, toda a vida que construiu e o futuro previsível, desmoronam sob seus olhos e fogem de seu controle: os táxis não param a seu chamado, as pessoas o enxergam tanto quanto o vento, no trabalham o tratam como se nunca houvesse entrado pela porta, é obrigado a ver seu apartamento ser vendido na sua frente e nem sua própria noiva lembra sua existência. A única opção que resta a Richard é seguir a garota misteriosa para a sinistra, esquisita e muito sombria, Londres-de-Baixo. O protagonista encontra um novo mundo e demora a acreditar que tudo aquilo estava sempre embaixo dos seus pés.
O Protagonista: Richard foi um "clássico londrino” com sua monótona rotina diária, o que tornou o livro divertido quando, de repente, tudo o que ele conhecia lhe foi tirado. No começo da história, eu achei Richard um tanto apagado, como se fosse só o "objeto" que o autor usou para conduzir sua história. Porém, com o passar dos capítulos, percebi certo amadurecimento e expansão do que Richard considerava seu limite; ele nos ensina, com certa subjetividade, que mesmo adultos sempre tem algo para aprender e principalmente, é preciso renovar conceitos e valores que consideramos importantes. Mesmo com toda a fantasia dos túneis da Londres-de-Baixo, Richard manteve-se "humano" em meios a tantos seres estranhos que conheceu.
Os Personagens Secundários: Com um nome bem característico da sua habilidade, Door é a garota misteriosa que conhece Richard num momento bem crítico. Depois da sua situação inicial se estabilizar e ter levado o humano para a Londres-de-Baixo, Door descobre que algo trágico aconteceu com sua família e que há alguém atrás dela por possuir o dom de conseguir abrir qualquer espécie de porta. Door fez o tipo de personagem "sempre em apuros", mas foi quem mais se importou com Richard enquanto a maioria não ligaria vê-lo morto.
Hunter era a melhor caçadora que a Londres-de-Baixo já teve. Ela era durona e os outros que tentavam roubar seu posto eram surpreendidos com uma personalidade estrategista e enigmática, ninguém sabia qual seria seu próximo golpe ou qual a próxima vítima. O Marquês de Carabas foi uma montanha-russa! Ele fez o estilo "vendedor ilegal", cujas mercadorias contrabandeadas eram favores. Dever um favor a alguém em Londres-de-Baixo é como ter uma dívida no banco. Com seu jeito extremamente sínico e irônico, foi quem mais me fez rir e quem mais aprontou e escapou de enrascadas.
E o que eu posso dizer dos vilões? Sr. Croup e Sr. Vandemar conversam sobre os mais variados e dolorosos métodos de matar e machucar pessoas como se estivessem comentando sobre o tempo, e Gaiman consegue escrever os diálogos de forma cômica, deixando um humor leve em volta de tudo isso.
Capa, Diagramação e Escrita: Eu gostei do estilo da capa. Imprevisível e indefinida a definem, bem como toda a história. O ponto fraco é que tanto o título quanto o nome do autor não se destacam nem um pouco por terem cores parecidas com todo o restante. Tive altos e baixos com a diagramação. O tamanho da letra é um pouco pequeno, porém esse detalhe só me incomodou no início da leitura, bem como a página branca. Mas um ponto que me irritou muito foi a falta de subdivisões de capítulos, pois houve inúmeros momentos que o foco da narrativa mudava no parágrafo seguinte e a história só começa a fazer sentindo depois da terceira ou quarta linha, quando eu compreendia a troca de tempo e lugar. Em relação à escrita, são só elogios! Neil escreve com maestria e demonstra isso em suas fantásticas descrições enquanto nos apresenta o novo e brilhante mundo que criou, em terceira pessoa. As comparações com eventos históricos da "Londres-de-Cima" deixou sua história mais rica, me fazendo sentir vontade de ler todos seus outros livros.
Concluindo: Um livro com uma magia implícita de modo sutil em meio ao horror de tubulações de esgotos e às maravilhas de um lugar não habitado por humanos. Eu recomendo Lugar Nenhum para quem quer algo inovador e bem diferente, mesmo que possua um final levemente previsível, as reviravoltas são surpreendentes narradas de um jeito nem um pouco maçante.
Quotes:
Classificação:
O Protagonista: Richard foi um "clássico londrino” com sua monótona rotina diária, o que tornou o livro divertido quando, de repente, tudo o que ele conhecia lhe foi tirado. No começo da história, eu achei Richard um tanto apagado, como se fosse só o "objeto" que o autor usou para conduzir sua história. Porém, com o passar dos capítulos, percebi certo amadurecimento e expansão do que Richard considerava seu limite; ele nos ensina, com certa subjetividade, que mesmo adultos sempre tem algo para aprender e principalmente, é preciso renovar conceitos e valores que consideramos importantes. Mesmo com toda a fantasia dos túneis da Londres-de-Baixo, Richard manteve-se "humano" em meios a tantos seres estranhos que conheceu.
Os Personagens Secundários: Com um nome bem característico da sua habilidade, Door é a garota misteriosa que conhece Richard num momento bem crítico. Depois da sua situação inicial se estabilizar e ter levado o humano para a Londres-de-Baixo, Door descobre que algo trágico aconteceu com sua família e que há alguém atrás dela por possuir o dom de conseguir abrir qualquer espécie de porta. Door fez o tipo de personagem "sempre em apuros", mas foi quem mais se importou com Richard enquanto a maioria não ligaria vê-lo morto.
Hunter era a melhor caçadora que a Londres-de-Baixo já teve. Ela era durona e os outros que tentavam roubar seu posto eram surpreendidos com uma personalidade estrategista e enigmática, ninguém sabia qual seria seu próximo golpe ou qual a próxima vítima. O Marquês de Carabas foi uma montanha-russa! Ele fez o estilo "vendedor ilegal", cujas mercadorias contrabandeadas eram favores. Dever um favor a alguém em Londres-de-Baixo é como ter uma dívida no banco. Com seu jeito extremamente sínico e irônico, foi quem mais me fez rir e quem mais aprontou e escapou de enrascadas.
E o que eu posso dizer dos vilões? Sr. Croup e Sr. Vandemar conversam sobre os mais variados e dolorosos métodos de matar e machucar pessoas como se estivessem comentando sobre o tempo, e Gaiman consegue escrever os diálogos de forma cômica, deixando um humor leve em volta de tudo isso.
Capa, Diagramação e Escrita: Eu gostei do estilo da capa. Imprevisível e indefinida a definem, bem como toda a história. O ponto fraco é que tanto o título quanto o nome do autor não se destacam nem um pouco por terem cores parecidas com todo o restante. Tive altos e baixos com a diagramação. O tamanho da letra é um pouco pequeno, porém esse detalhe só me incomodou no início da leitura, bem como a página branca. Mas um ponto que me irritou muito foi a falta de subdivisões de capítulos, pois houve inúmeros momentos que o foco da narrativa mudava no parágrafo seguinte e a história só começa a fazer sentindo depois da terceira ou quarta linha, quando eu compreendia a troca de tempo e lugar. Em relação à escrita, são só elogios! Neil escreve com maestria e demonstra isso em suas fantásticas descrições enquanto nos apresenta o novo e brilhante mundo que criou, em terceira pessoa. As comparações com eventos históricos da "Londres-de-Cima" deixou sua história mais rica, me fazendo sentir vontade de ler todos seus outros livros.
Concluindo: Um livro com uma magia implícita de modo sutil em meio ao horror de tubulações de esgotos e às maravilhas de um lugar não habitado por humanos. Eu recomendo Lugar Nenhum para quem quer algo inovador e bem diferente, mesmo que possua um final levemente previsível, as reviravoltas são surpreendentes narradas de um jeito nem um pouco maçante.
Quotes:
Tinha olhos claros e grandes. Sua túnica não era branca, como Richard achara no começo: parecia feita de luz.
- [...] Temos muita coisa para fazer. Gente para machucar.
Classificação:
