Resenha - O Príncipe da Névoa

Resenha feita pela Luh!  
Título: O Príncipe da Névoa
Título Original: El Prícipe de la Niebla
Série: Trilogia da Névoa
1- O Príncipe da Névoa
2- O Palácio da Meia-Noite (abril de 2013)
3- Luzes de Setembro (fim de 2013)
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras
Páginas: 180
Ano: 2013
Saiba mais: Skoob
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Um livro que fez meu coração bater mais rápido.

Sinopse: A nova casa dos Carver é cercada por mistério. Ela ainda respira o espírito de Jacob, filho dos ex-proprietários, que se afogou. As estranhas circunstâncias de sua morte só começam a se esclarecer com o aparecimento de um personagem do mal - o Príncipe da Névoa, capaz de conceder qualquer desejo de uma pessoa, a um alto preço.

A Trama: A história começa com a família Carver se mudando para uma nova casa pertinho do mar. Desde as primeiras páginas, algumas coisas estranhas acontecem, como um relógio que anda ao contrário e um cemitério de estátuas macabras no jardim da casa. O livro inteiro tem esse clima de suspense que realmente consegue te assustar, com fatos aleatórios que vão acontecendo e forçam o leitor a tentar compreender como eles estão ligados. 
Apesar de a escrita e o protagonista serem ótimos, a trama é repleta de falhas. Diversas situações acontecem aparentemente com o único propósito de tornar a história mais assustadora, já que não possuem ligação com a trama principal e o autor não fornece explicações ou motivos para aquilo. A reação dos personagens à algumas situações foi bem estranha, eu ficava me perguntando onde estava a polícia naquilo tudo. O final pareceu um pouco abrupto e me deixou com muitas dúvidas, mas adorei das inúmeras reviravoltas na trama.

O Protagonista: Um dos personagens extremamente realista, não consigo acreditar que o protagonista só existe na mente do autor. Max é um garoto de 13 anos e, como todos nessa idade, ainda tem uma certa inocência infantil. Suas qualidades o tornam adorável, como a preocupação com a felicidade da família, a perspicácia em descobrir segredos escondidos e a inteligência necessária para entender o que estava acontecendo, mas são os defeitos de Max que o tornaram tão real, como a falta de ar ao andar de bicicleta ou o impulso de fugir quando a situação se tornava perigosa.

Os Personagens Secundários: Alicia, de 15 anos, está presente durante boa parte da história, mas não a conhecemos muito bem. Ela é uma adolescente calada e Max admite que, mesmo sendo sua irmã, não sabe nada sobre a garota. Irina, a caçula da família, age exatamente como é esperado de uma garota de 8 anos, mimada e inocente. 
Vítor é o avô de Roland e o dono do farol da cidade. O que mais gostei nele  é que o autor detalha seu passado e isso nos permite conhecê-lo melhor. A não ser por Max e Vítor, os personagens parecem extremamente superficiais. Eu queria conhecer seus sonhos, medos, manias e principalmente seus passados, mas isso não aconteceu.

Capa, Diagramação e Escrita: A capa é simples, mas tem muito significado. Gostei principalmente da névoa no meio da pedras, um detalhe que fez muita  diferença na imagem. A diagramação do livro é boa, apesar de a letra ser um pouco pequena e de eu ter encontrado uns errinhos de revisão. No início de cada novo capítulo há uma ilustração do farol e o número do capítulo em questão, e há uma divisão clara a cada mudança de cena.
Finalmente compreendo porque as pessoas são fãs de Zafón, a escrita do autor é poética e muito gráfica, logo no início do livro há uma passagem onde o protagonista vê o mar pela primeira vez e fiquei encantada com a capacidade do autor de descrever algo tão complexo de uma maneira tão simples. A história é escrita em terceira pessoa e tem muito a melhorar, mas gostei de conhecer o primeiro trabalho de Zafón e estou ansiosa para ver o quanto ele evoluiu.

Concluindo: Apesar das falhas na trama, é um livro divertido e interessante que me deixou com um pouco de medo e me encantou com os cenários e personagens lindos.

Quotes:
Estavam há mais de cinco horas no trem quando, de repente, na saída de um túnel escuro, uma lâmina infinita de luz e claridade reveladora se estendeu diante de seus olhos. O azul elétrico do mar resplandecente sob o sol do meio-dia ficou gravado em sua retina como uma aparição sobrenatural. Enquanto o trem seguia seu caminho a poucos metros do mar, Max enfiou a cabeça pela janelinha e sentiu pela primeira vez o vento impregnado do cheiro de maresia sob a pele.
Classificação: