Resenha - Dezessete Luas

Título: Dezessete Luas
Título Original: Beautiful Darkness
Série: Dezesseis Luas
1- Dezesseis Luas (2011)
2- Desessete Luas
3- Dezoito Luas (2013)
4- Beautiful Redemption (2012 US)
Autor: Kami Garcia e Margaret Stohl
Editora: Galera Record
Páginas: 462
Ano: 2012
Saiba mais: Skoob
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Infelizmente, a continuação não conseguiu manter o mesmo nível do primeiro volume.

Atenção! Esta resenha contém spoilers de Dezesseis Luas!

Sinopse: Juntos, Ethan e Lena podem enfrentar qualquer ataque de Gatlin. Ao menos era assim que funcionava antes de Lena sofrer uma perda trágica e começar a se afastar e gaurdar segredos que estão testando o relacionamento. E agora que Ethan abriu os olhos para o lado negro de Gatlin, não há como voltar atrás. Assombrado por estranhas visões que somente ele consegue ver, Ethan vai sendo puxado cada vez mais para dentro da história confusa de sua cidade.

A Trama: Depois de Dezesseis Luas, já conhecemos o condado de Gatlin, seus segredos e seus habitantes. E esse foi o primeiro aspecto do livro que incomodou. Entendo que é necessário retomar alguns pontos, até para que os leitores lembrem o que aconteceu no livro anterior, agora, repetir várias vezes que Ethan sonhava em deixar Gatlin até conhecer Lena (entre outras coisas)... Isso nós já estamos cansados de saber!
Após a morte de seu tio, Macon, Lena está se distanciando cada vez mais de Ethan e o garoto, que não sabe o que aconteceu naquela noite, não consegue entender as razões dela para isso. Então ele começa a ir atrás dela, ela a fugir dele, e isso se repete por todas as mais de 400 páginas.
A história teve uma queda de qualidade considerável quando comparada ao primeiro volume. O desenvolvimento foi lento, e sem muitos acontecimentos marcantes. E então, nas últimas 100 páginas, tudo se resolve rápido demais.  


Os Protagonistas: Ethan em muito pouco lembra o garoto de humor sarcástico que era em Dezesseis Luas. Agora ele só pensa em Lena, em ir atrás de Lena, entender porque Lena foge dele, o que está acontecendo com Lena e blá, blá, blá... Tudo se resume a Lena, e como deu pra perceber, de forma um tanto quanto cansativa
Lena, embora domine os pensamentos de Ethan, aparece muito menos nesse segundo volume. E confesso, não senti muita falta da protagonista, pois nos momentos em que aparecia ela estava extremamente irritante e birrenta.


Os Personagens Secundários: A morte de Macon foi, sem dúvida alguma, uma perda muito grande para a trama. Não era à toa que ele tinha sido um de meus personagens favoritos no primeiro volume.
Em Dezessete Luas podemos conhecer um pouco mais sobre Ridley, prima de Lena, que embora apareça no primeiro livro, só se deixou ser conhecida agora. Confesso que, mesmo sendo das trevas, simpatizei com ela desde sua primeira aparição e, portanto, adorei o fato de ela ter ganhado o espaço que merece.
Outra personagem que recebeu bastante destaque foi Liv. A adolescente inglesa, que está na cidade para ajudar Marien com a biblioteca, me conquistou. Sinceramente, com os protagonistas tão “apagados”, ela e Ridley foram as personagens que sustentaram esse segundo volume e o tornaram um pouco mais interessante.

Capa, Diagramação e Escrita: A capa, apesar de seguir o mesmo estilo que a primeira, não é tão bonita assim. Achei aquela borboleta um pouco deslocada. Na realidade, bem deslocada, porque não tem nada a ver com a história!
Quanto à escrita, as autoras mantém o mesmo nível. Porém, com Ethan tão perturbado, a narrativa perdeu muito. As metáforas, citações e ironias ainda estão lá, mas com bem menos evidência.




Concluindo: Depois da surpresa que foi Dezesseis Luas, esperava bastante desse livro. Infelizmente, minhas expectativas foram frustradas. Os personagens perderam sua essência, o romance ficou de lado, a ação se enrola pela história toda... E nas últimas páginas tudo se resolve rápido demais, sem os ganchos que fizeram a diferença anteriormente.
Ainda pretendo ler Dezoito Luas, mas confesso, é apenas para ver se a série consegue se reerguer depois de um segundo volume tão morno. 


Quotes:

Erros eram assim, complexos. E a vida também, eu acho. As partes importantes você bloqueia totalmente. Mas os momentos aleatórios e distorcidos assombram você, se repetindo sem parar em sua mente.

Ele sabia, talvez melhor do que todo mundo, que não escolhemos o que é verdade. Só escolhemos o que fazer sobre ela. 

Eu devia minha vida a ela, mas não me sentia feliz. Só sentida destruição. O medo da terra e do nada e de ficar sozinho.