Título: A Lista dos Meus Desejos
Título Original: La Liste de mes envies
Livro Único.
Autor: Grégoire Delacourt
Editora: Alfaguara (Objetiva)
Páginas: 152
Ano: 2013
Saiba mais: Skoob
Comprar: Fnac // Americanas // Submarino
Completamente diferente do que eu esperava.
Sinopse: Jocelyne Guerbette é uma mulher de meia-idade que sempre teve uma vida modesta e pacata. Mora há décadas numa pequena cidade francesa com o marido, tem um armarinho e escreve um blog sobre costura que, sem suspeitar, é cada dia mais lido. Jo tem duas amigas inseparáveis — as gêmeas Danièle e Françoise, donas de um salão de beleza — que sempre apostam na loteria e sonham com o que fariam se ficassem milionárias. Um dia, pressionada pelas irmãs, Jo decide comprar um bilhete. E ganha, sozinha, 18 milhões de euros. É o início de uma reviravolta em sua vida. Por um lado, tudo em que ela sempre acreditou começa a desmoronar diante de seus olhos. Por outro, poderá descobrir a felicidade onde nunca havia esperado.
A Trama: Comecei A Lista dos Meus Desejos pensando que seria um chick-lit, mas acabou se tornando um drama bem realista. O autor não tem medo de explorar temas intensos como alcoolismo, aborto e ganância. A protagonista passou por muitos problemas em sua vida, mas se considera feliz. Eu discordo, não sei como alguém seria feliz com a vida dela.
Esse livro não tem um final feliz. A sensação que tive é que a vida de Jocelyne, a protagonista, estava indo bem até ela completar dezessete anos e, dali para frente, foi ficando cada vez pior. Ganhar na loteria foi uma maldição disfarçada e honestamente não consegui entender a mensagem do livro. Ao chegar no final, tudo o que senti foi tristeza e uma pequena revolta pela vida de Jo não ter tomado o rumo que eu esperava. Ainda assim, é um relato extremamente realista e o autor não tenta 'enfeitar' a vida da protagonista para torná-la mais fácil para o leitor, apreciei a honestidade da narração.
A Protagonista: Jo é uma mulher de 47 anos que passou a vida toda cuidando de alguém. Seu pai, marido, filhos, Jo vive para servir aos outros e se conformou com sua rotina. Ela é dona de um armarinho (onde vendem-se botões, linha e etc) que não gera muito lucro e um blog que lhe traz grande prazer. Durante todo o livro, senti falta de "vida" na personagem. Sua felicidade parecia falsa e ela contentava-se com pouco.
Os Personagens Secundários: O marido da protagonista, Jocelyn (que parece nome de mulher, mas na França não é), até parecia simpático no início, mas foi ficando pior a cada página. Um homem desprezível que, infelizmente, é um retrato fiel de muitos maridos por aí. A filha do casal, Nadine, é a personagem mais interessante. Uma garota meio introvertida que gosta de fazer documentários e sabe emocionar as pessoas, Nadine não gostava de conversar, mas parecia ter muito a dizer.
Capa, Diagramação e Escrita: A capa é bonitinha e combina bastante com a história. Apesar de eu me sentir culpada pela diagramação desperdiçar tanto da folha, amei a maneira como as linhas parecem formar um poema, ficando apenas no centro.
Odiei a escrita de Grégoire. As falas não tinham separação ou indicação alguma, simplesmente começavam no meio de uma frase, fazendo com que eu tivesse que ler o mesmo trecho várias vezes para entender o que estava acontecendo. O autor variava muito entre uma linguagem bonita e poética, com referências à locais e comidas francesas, e uma escrita completamente diferente, mais crua, com direito até a palavrões.
Concluindo: Esse livro definitivamente não é para todos. É preciso estômago para conhecer a triste história de Jo, mas é um relato extremamente crível e, apesar de não ser feliz, conseguiu me envolver do início ao fim.
Quotes:
Pois eu gosto muito das palavras. Das frases longas, dos suspiros que se eternizam. Gosto muito quando as palavras às vezes escondem o que dizem; ou o dizem de uma maneira nova.
Estão vendo, a gente sempre conta mentiras.
Porque o amor não resistiria à verdade.