Título Original: A House In The Sky
Livro Único.
Autoras: Amanda Lindhout e Sara Corbett
Editora: Novo Conceito
Páginas: 448
Ano: 2013
Saiba mais: Skoob
Comprar: Fnac // Submarino // Saraiva // Extra
Sinopse: O relato dramático e libertador de uma mulher cuja curiosidade a levou até os lugares mais bonitos e remotos do mundo, seus países mais instáveis e perigosos, e também a passar quinze meses em um angustiante cativeiro — uma história de coragem, resiliência e beleza.
A Trama: Desde criança, Amanda Lindhout sempre gostou de ler a National Geographic. As histórias sobre os países contidas ali, os pontos turísticos, as culturas, sempre chamaram sua atenção.
Com 19 anos, ela começou a trabalhar como garçonete e percebeu que conseguia ganhar muito dinheiro com as gorjetas. Seu sonho de visitar o mundo estava prestes a se tornar realidade. Ela sempre teve uma curiosidade maior com os países da África, e visitá-los era sua maior ambição.
Ela começou sua jornada como mochileira mesmo, passando por lugares como a Venezuela (na América Latina), Índia, Afeganistão, Iraque e muitos outros (não exatamente nessa ordem). Depois de conhecer Nigel Brennan, um fotógrafo freelance, ela começa a desenvolver uma vontade de registrar tudo o que via para mandar aquelas fotografias para revistas e conseguir mais dinheiro para continuar viajando. De fotógrafa freelance, ela passou para repórter em uma nova emissora de TV em Bagdá, o que causou um momento polêmico em sua vida.
Mas então, ela decidiu que o próximo país em sua lista seria a Somália, exatamente para ver de perto e descobrir o que há por trás do país que diziam ser o mais violento do mundo. Por algum motivo ela convida Nigel para ir com ela, esperando que ele recusasse mas, surpreendentemente, ele disse sim, e os dois embarcam para esse país misterioso assolado pela guerra. Após alguns dias de estadia em Mogadíscio, cidade da Somália, os dois são capturados enquanto iam visitar um abrigo. É aqui que começa a jornada de 15 meses em cativeiro (463 dias), os dois sendo mantidos em situações precárias e violentas.
Esse é um livro de não-ficção (história real) e, embora eu não goste muito do gênero, conseguiu me prender do início ao fim, me fazendo passar por toda aquela angustia com Amanda e Nigel, me fazendo torcer por eles a cada página virada para que ficasse tudo bem. Para tentar se proteger, os dois se converteram ao islamismo e tentaram fazer com o que os garotos os vissem como seus iguais, o que não deu muito certo. É um livro que mexeu muito comigo e me fez ficar receosa em certos pontos, com o coração na mão.
Esse é um livro de não-ficção (história real) e, embora eu não goste muito do gênero, conseguiu me prender do início ao fim, me fazendo passar por toda aquela angustia com Amanda e Nigel, me fazendo torcer por eles a cada página virada para que ficasse tudo bem. Para tentar se proteger, os dois se converteram ao islamismo e tentaram fazer com o que os garotos os vissem como seus iguais, o que não deu muito certo. É um livro que mexeu muito comigo e me fez ficar receosa em certos pontos, com o coração na mão.
A Protagonista: Eu achei impressionante o quanto Amanda conseguiu ser forte, se manter calma em certas partes e conseguiu esconder suas emoções em momentos perturbadores. Ela tentou de todas as formas, se aproximar dos garotos para que eles não quisessem fazer mal a eles, e tentou viver um dia de cada vez, esperando ansiosamente o dia de sua libertação. Ela sofreu muito (muito mais que Nigel, por ser mulher) e eu a considero uma verdadeira vencedora por ter conseguido sobreviver aos atos de tortura pelos quais teve que passar, além dos abusos e a violência.
Personagens Secundários: Quando conheceu Amanda, Nigel e ela viveram um romance, que depois de um tempo, ficou em um certo vai e vem por causa de uma mentira contada por ele. Mas, depois do sequestro os dois não se viam mais com um interesse amoroso, mas como uma âncora que os mantinham no “mundo real” confidentes e amigos. Nigel também era uma vítima, mesmo tendo mais vantagens sendo homem, até abusando disso um pouquinho. Não gostei de algumas de suas atitudes, exatamente por eles serem um time e ele por alguns momentos, não pensar duas vezes em colocá-la na corda bamba. Mas tudo ali valia pela sobrevivência, e ele estava tentando apenas se proteger. Os sequestradores em sua maioria, eram apenas garotos contratados para tomarem conta dos dois, meninos que só entraram naquilo por causa do dinheiro, mesmo que isso não os transforme em menos culpados. E todos tinham a maldade em si, até mesmo o mais bonzinho.
Capa, Diagramação e Escrita: Essa capa é linda! E quando vai chegando no final do livro, nos últimos momentos de cativeiro, os pássaros fazem sentido. E é incrível como isso foi importante para Amanda. É a diagramação usual da Novo Conceito, com um detalhe muito bonitinho no topo da página no início de cada capítulo. O livro possui duas autoras, mas é sobre as memórias da Amanda contado em primeira pessoa, então não sei o que cada uma fez ali. Mas posso dizer que mesmo sendo uma não-ficção o livro possui uma narrativa de ficção, o que acho eu, foi o que me manteve interessada e presa na história. Amanda conseguiu me prender com seus relatos. Uma narrativa realmente muito boa.
Concluindo: Não é um livro fácil, mas acho que todos deveriam ler. Por causa da narrativa parecida com ficção muitas vezes, eu tinha que lembrar a mim mesma que aquilo era uma história real, tudo aquilo relatado tinha realmente acontecido e eu pensava até que ponto pode chegar o ser humano. Eu consegui me conectar à Amanda e espero que muitos outros se emocionem com a história dela. Com certeza uma das melhores não-ficção que eu já li (nem foram muitas). Vale a pena!
Quotes:
Éramos parte de uma transação desesperada, multinacional e importante. Éramos parte de uma guerra santa. Éramos parte de um problema maior.
Quando menina, eu confiava naquilo que sabia sobre o mundo. Não era um lugar feio e perigoso. Era estranho, atraente e tão bonito que você sentiria vontade de colocá-lo em uma moldura e pendurá-lo na parede.
(...) éramos apenas peões em uma guerra religiosa, uma velha história que estava sendo reencenada no mundo moderno.
(...) Mais tarde, eu voltaria a pensar nessa ocasião e entenderia que, se você estiver correndo em um lugar como a Somália, todos saberão que você está fugindo de algo perigoso. E isso significa que eles também devem correr.
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