Resenha - Bolsas, Beijos e Brigadeiros

Resenha feita pela
Título: Bolsas, Beijos e Brigadeiros 
Livro Único.
1 - Névoa
2 - Gelo (2014
Autora: Fernanda França
Editora: Planeta
Páginas: 302
Ano: 2014
Saiba mais: Skoob
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Sinopse: Melissa é uma jovem e impetuosa jornalista, que vive de escrever suas deliciosas aventuras por belas e curiosas cidades do mundo. Em uma nova fase de sua vida profissional, ela viaja à Europa em busca de cenários para as suas matérias e também de suas raízes italianas. Em meio a essa instigante jornada, além dos percalços comuns a uma mochileira no Velho Mundo, Melissa precisa lidar com a distância de seus familiares queridos, principalmente de sua mãe - grávida de um filho temporão -, e os misteriosos sumiços de seu namorado, Théo. O que será que ele esconde? Por que desaparece sem deixar rastros e reaparece como se nada tivesse acontecido? É o que o leitor irá descobrir ao ler este saboroso romance misto de guia turístico da Europa.

A Trama: Bolsas, Beijos e Brigadeiros é realmente um romance misto com guia turístico. É até interessante ler o livro e ao mesmo tempo ir procurando na internet imagens dos locais que a protagonista visita. Eu não fiz isso, mas deve ampliar a experiência de estar fazendo o mochilão com a Melissa. Aliás, o livro dá muita vontade de viajar por aí conhecendo novas pessoas e culturas.
Mas falando sobre a parte romanceada do livro, Melissa está viajando a trabalho para fazer um tour pela Europa, em meio a uma fase agitada em sua vida. Seu irmão vai ser pai, sua mãe também está grávida e seu namorado, Théo, viajou para outro estado e não dá mais notícias, nem entra em contato. Ainda no avião para a Itália, seu ponto de partida na viagem, um homem entrega a Melissa uma carta enviada por Théo, dizendo que ele irá reencontrá-la na Europa. Durante a estadia nesse primeiro país do mochilão, Mel aproveita para conhecer sua família italiana, filhos e netos do irmão de seu avô, com os quais só tinha contato pela internet. Após conhecer a família, Melissa ganha a companhia de dois primos para acompanhá-la pela viagem, durante a qual ela tem a oportunidade de avaliar seu relacionamento com Théo e tentar descobrir o que ele esconde dela, que o deixa sempre se esquivando e desconversando assuntos pessoais.
Descobri já perto de terminar de ler, que esse livro na verdade é a sequência de outro livro da Fernanda França, chamado Malas, Memórias e Marshmallows. Eu não gosto de ler livros que façam parte de uma série e sigam uma cronologia fora da ordem, mas eu realmente não fazia ideia desse fato, que foi ignorado pela editora (o livro anterior não foi lançado pela Planeta) e também pela própria autora, já que a existência do antecessor não é citada em lugar algum do Bolsas, Beijos e Brigadeiros. Não senti falta de informação nenhuma durante a leitura e posso afirmar com convicção que quem quiser ler esse livro sem ter lido o anterior, pode ler sem problemas. Agora que eu sei sobre o outro livro, pretendo lê-lo por ter gostado dos personagens e da trama, mas ele não precisa ser motivo de preocupação para ninguém.

A Protagonista: Gostei muito de Melissa. Ela ama sua família, seus poucos e bons amigos, seus gatos de estimação - chamados Ozzy Osbourne e Lady Gaga - e seu namorado, embora ele claramente tenha segredos com ela e a relação deles seja instável. Mel mora em Bady Bassit, cidade que eu nem sabia que existia e nunca imaginaria que com um nome desses ela se localiza aqui no Brasil, no estado de São Paulo. Ela divide o apartamento com seu irmão Michel e sua melhor amiga, e agora namorada de Michel e mãe do filho dele, Samantha, mas pretende se mudar para dar mais espaço ao casal e ao bebê. Melissa trabalhava como repórter, e no mesmo dia em que foi demitida e achou que tudo estava perdido, conheceu Théo, que lhe ofereceu um trabalho freelancer na agência em que ele trabalha para viajar ao Uruguai e desde então ela viaja como mochileira e escreve sobre os lugares que conhece. Um trabalho que ela adora, mesmo que a faça ficar temporariamente longe das coisas que mais importam em sua vida.

Personagens Secundários: Theodoro, ou Théo, é o namorado misterioso de Melissa. Ao mesmo que tempo que é fofo, carinhoso e romântico, Théo nunca se abre e tende a fugir em momentos tensos. É um personagem legal, mas que faz o leitor pensar para tentar deduzir qual seu mistério.
Peppe e Giusi são irmãos e os primos italianos de Melissa que decidem a acompanhar no mochilão pelo continente europeu. São uns queridos e dá vontade de encontrar pessoas como eles na vida real.
Luca é outro primo italiano de Melissa, que não é tão simpático a primeira vista como os outros primos foram. Uma inimizade instantânea se cria, mas Luca reaparece no meio da viagem de Mel para acompanhar os primos, conquistar seu importante papel na trama e também me fazer me apaixonar por ele.

Capa, Diagramação e Escrita: A capa e a diagramação do livro são ótimas e tem ilustrações lindíssimas. Só achei master desnecessária essa modelo na capa, dá vontade de remontar a capa tirando a foto e arrumando o lugar do título, e aí ia ficar perfeita. A escrita da Fernanda é bem leve e divertida, mas ela pecou em se repetir demais em algumas coisas. Por exemplo, toda hora a Melissa falava sobre o namoro da melhor amiga com o irmão, e que tinha deixado os gatos com eles. Parecia até que era um assunto importantíssimo e que eu não poderia esquecer, sendo que não era, e deu pra entender já de cara a importância que o Ozzy e a Lady têm para a Mel. Apesar disso, com certeza voltaria a ler um livro da autora, e espero que ela perca esse vício.

Concluindo: Está aí um livro fofo, que fala sobre turismo, amor e amizade, que consegue ao mesmo tempo ser clichê e fugir do clichê. O que eu quero dizer é que no final das contas, você percebe que a história é comum, do tipo que você já deve ter visto por aí, mas a autora consegue manter um clima de mistério durante o livro todinho que te deixa ansioso para saber o que vai acontecer no capítulo seguinte e segue assim até o final, que eu achei satisfatório e justo.

Quotes
A vida é cíclica, nós sempre sofremos e sorrimos, independentemente do que nos permitimos fazer. O melhor, então, é ser feliz a cada instante.

Amigos simplesmente precisam ser amigos, gostar sem interesse, gostar pelo simples fato de querer bem. [...] Amizade é algo tão sublime que não tem explicação. Quanto menos ela exige, mais ela é.
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