Resenha - Ilhas ao Vento

Resenha feita pela Tay!
Título: Ilhas ao Vento
Título Original: Islas en el Cielo
Série: Skyland
1- Ilhas ao Vento
2- A Nave das Tempestades (2010 Itália)
3- La Guerra dell'Acqua (2011 Itália)
Autor: David Carlyle
Editora: Fundamento
Páginas: 248
Ano: 2014
Saiba mais: Skoob
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SinopseO mundo que conhecemos não existe mais! Estamos no século 23 e o planeta Terra foi praticamente destruído. O que restou foram grandes blocos que flutuam no espaço desafiando a gravidade - Skyland. E é neles que os homens vivem e lutam pelo bem mais precioso e escasso: a água! Quem controla tudo e todos é a Esfera, uma poderosa organização que detém o monopólio da água e domina o que sobrou da humanidade. Entre os humanos "privilegiados", estão os seijins, pessoas com poderes especiais. A inteligente e intuitiva Valery é uma delas. E, entre os desprovidos de tudo, está Lorenzo, um incansável caçador de água. Mas o que poderia unir os destinos de jovens tão diferentes? O que eles têm em comum? E o que significa o dossiê Carlyle, o documento que Lorenzo encontrou em uma de suas buscas por água? Nesse mundo devastado por uma catástrofe inimaginável, onde reina a luta pela sobrevivência, a chave para o segredo de Skyland precisa ser descoberta. É a única esperança. É a única chance. Ilhas ao Vento é o primeiro volume da trilogia Skyland. Você precisa conhecer esse universo!

A TramaO livro é contado sob o ponto de vista de três personagens diferentes que não se conhecem. No ano de 2078, somos apresentados a Lily, uma ecóloga, que presenciará o início do fim. Em 2251, conhecemos Lorenzo, um caçador de água que vive se escondendo com o pai; e Valery, uma seijin poderosa, que acredita fielmente na sociedade em que vive. A Terra como é atualmente não existe mais, nasceu Skyland, um mundo onde as ilhas flutuam e todos acreditam ser o único lugar seguro. Como temido a muitos anos, a água se tornou escassa. Todos os rios e mares secaram e agora ela é um produto precioso, por isso a Esfera cuida para que todos os privilegiados continuem sobrevivendo. Mas é necessário mais água, ou haverá um risco enorme de muitos não sobreviverem. Apesar do início ter me deixado com as expectativas bem baixas para o livro, ele conseguiu me surpreender. Há momentos empolgantes e ação na medida certa, pelo menos para o início de uma trilogia futurista. Muitos mistérios a ser desvendados, muitos segredos para virem à tona. E, para quem prefere, não há romance nesse livro, mas sinto que pode vir a ter no próximo.

Os Protagonistas: No início Valery me irritou profundamente por sua arrogância e chatice, já que ela era uma seijin, pessoas com poderes que regem a Esfera (e têm a cabeça raspada), e tem como subordinados os jinseis, ou "peludos", aqueles não possuem nenhum poder e têm cabelo. Ela me irritou por não precisar ser tão grossa e mesquinha, mas aos poucos a personagem vai mudando sua visão, e no final eu até gostei dela, apesar de traços da criação seijin ainda aparecerem um pouco.
Lorenzo era um caçador de água, assim como o pai. Eles percorriam distâncias para encontrar o bem precioso. Eu gostei do personagem, achei ele determinado e honesto, mas também tinha uma queda pela intolerância e impulsividade que me fazia xingar ele às vezes.

Personagens SecundáriosLily, a ecóloga, tem um papel importante na história futura, mas não posso falar muito sobre isso. Achei ela determinada e uma personagem que eu gostaria de conhecer mais. Tibald era um jinsei e diretor da academia para onde Valery vai. Apesar de ser um "peludo", ele conseguiu impor sua autoridade para os outros estudantes, inclusive Valery. Achei que o autor poderia ter explorado um pouquinho mais o personagem, mas ele também tem um papel importante na história. Eu adorei Leonie! Adorei seu jeito espontâneo e aquele ar de "tô nem aí se você é uma seijin e, eu, uma jinsei", mas ela não teve muita presença na história, apesar de ser responsável por uma decisão crucial.

Capa, Diagramação e Escrita: Essa capa pode ser meio estranha, mas eu gostei, principalmente do fundo e da fonte de Skyland. O legal é que tudo ali combina com a história, principalmente a modelo, que parece com a Natalie Portman em V de Vingança. A diagramação é bem simples, mas confortável para ler. Encontrei alguns erros de digitação ao longo do livro (até trocaram o nome de um personagem uma vez), mas nada que vá atrapalhar na fluência da leitura. Também achei muito legal os esquemas das naves que colocaram na diagramação e, principalmente, as ilustrações originais daquele universo de Skyland contidas no final do livro. São muito bonitas e perfeitas para você conseguir visualizar bem as "ilhas ao vento". Apesar de não ter encontrado nada de mais na narrativa do autor, ela é gostosa e flui facilmente. Alguns pontos no início foram meio chatos, por causa da introdução à história, porém logo ela se torna empolgante e você quer ler cada vez mais para descobrir certos mistérios.

ConcluindoIlhas ao Vento é um livro muito bom, mas que tem seus defeitos. A história foi bem construída, entretanto senti falta de algumas coisinhas, que podem estar no segundo livro. Num todo, é um livro que vale a pena para quem gosta de ficção-científica e histórias futuristas com um quê de distopia, apesar de eu não considerá-lo uma (mas tem aquela coisa de alguém se impor ao governo aparentemente perfeito). Estou bem curiosa para a continuação e para descobrir como tudo que foi iniciado nesse livro se desenrolará nos próximos.

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