Resenha - O Androide

Resenha feita pela Tay!
Título: O Androide

Livro Único.
Autor: Paulo de Castro
Editora: Talentos da Literatura Brasileira (Novo Século)
Páginas: 256
Ano: 2016
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Sinopse
"Percebeu que se, de fato, um Deus que zela pelos humanos existisse, não designaria uma máquina para ser o profeta. Esse Deus, ora cruel, ora misericordioso, nem ao menos permitiria a própria extinção dos seres humanos. Poderia a máquina ser esse Deus, dando vida de novo aos homens?". Esse e outros sinais elétricos varriam o pro­cessador de JPC-7938 com velocidade sobre-humana. Processava uma infinidade de outras informações ao mesmo tempo, o que diminuía ainda mais a energia da sua bateria. Talvez era isso mesmo que ele quisesse, para consumar de uma vez o que já estava fadado ao fracasso. Sua bateria durou quatro horas até o desligamento completo. Nessas intermináveis horas, em que não via nada além da densa neblina, que ofuscava o céu azul, cercado de nuvens brancas, percebeu que tudo não passava de coincidência. Que o planeta fora criado, de fato, ao acaso, e que não havia um destino ou uma missão a ser cumprida; apenas a existência, até o inevitável dia do fim.

A Trama: A história se passa mil anos depois dos robôs terem se rebelado e extinto a raça humana. Além disso, androides que tentaram ajudar seres humanos durante a guerra também foram caçados e destruídos, restando alguns poucos, entre eles JPC-7938, OPR-4503 e NCL-6062, os protagonistas dessa história. Quando conhece OPR-4503, JPC-7938 descobre a possibilidade de restaurar a raça humana, e juntos vão embarcar nessa jornada, tentando sobreviver à sentinelas e a H1N1, o grande vilão da história. O livro é muito gostoso de ser lido e bem interessante, muitas vezes durante a leitura me peguei pensando qual a probabilidade de uma revolta dessas acontecer (se algum dia conseguirem construir robôs como os da ficção-científica). Algumas coisas não me convenceram tanto na história, mas o livro inteiro me manteve interessada em saber como a missão daqueles dois androides terminaria.  

Os PersonagensEu gostei bastante dos três androides principais, apesar de eles não terem exatamente emoções para construírem suas personalidades. Mas suas ações durante a trajetória são suficientes para diferenciá-los da maioria dos robôs, assim como suas histórias de vida, que descobrimos aos poucos em flashbacks durante o livro. A capa engana um pouco quanto a aparência robótica deles, já que eles foram feitos para se parecerem com seres humanos, com pele sintética e tudo (tipo o Andrew, do filme O Homem Bicentenário, quando começa se tornar humano). Temos até um flashback para descobrirmos como foi criado H1N1, mesmo que eu ainda não tenha entendido como ele se tornou o grande vilão que odeia a humanidade.

Capa, Diagramação e Escrita: Eu gosto da simplicidade da capa, da fonte do título e, principalmente, do azul do fundo. A diagramação também é simples, com uma fonte bem "digital", digamos assim, nos títulos dos capítulos. A escrita do Paulo é bem formal, mas combina perfeitamente com a história, já que estamos sob a perspectiva de robôs, que muitas vezes agem de forma mecânica. Apesar da linguagem formal, a história é bem fluida e o autor consegue manter o leitor interessado no que está por vir a cada capítulo. Os textos das programações dos androides também são muito bem feitos.

ConcluindoTenho certeza de que quem gosta de ficção-científica irá adorar passar o tempo com esse livro, além dele também passar a mensagem de "até onde chegaremos com esses avanços tecnológicos?". Para quem ainda não tem experiência com o gênero, mas quer se aventurar nele, também é um bom começo, já que a história flui facilmente. Independente do grupo em que você está (amantes de ficção-científica ou não), eu recomendo a leitura, especialmente por ser um livro nacional.

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