Resenha - Boa Noite

Resenha feita pela Tay!
Título: Boa Noite

Autor: Pam Gonçalves
Editora: Galera Record
Páginas: 240
Ano: 2016
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Um livro necessário.

Sinopse
Alina quer deixar seu passado para trás. Boa aluna, boa filha, boa menina. Não que tudo isso seja ruim, mas também não faz dela a mais popular da escola. Agora, na universidade, ela quer finalmente ser legal, pertencer, começar de novo. O curso de Engenharia da Computação - em uma turma repleta de garotos que não acreditam que mulheres podem entender de números -, a vida em uma república e novos amigos parecem oferecer tudo que Alina quer. Ela só não contava que os desafios estariam muito além da sua vida social. Quando Alina decide deixar de vez o rótulo de nerd esquisitona para trás, tudo se complica. Além de festas, bebida e azaração, uma página de fofocas é criada na internet, e mensagens sobre abusos e drogas começam a pipocar. Alina não tinha como prever que seria tragada para o meio de tudo aquilo nem que teria a chance de fazer alguma diferença. De uma hora para outra, parece que o que ela mais quer é voltar para casa.

A Trama: Alina sempre foi a filha obediente e estudiosa, o que não fazia dela exatamente popular na escola. Agora que vai entrar na faculdade, ela quer se reinventar, não ser aquela menina que sempre fica em casa e fazer novos amigos. Ela consegue encontrar tudo isso quando começa as aulas, mas uma série de acontecimentos assustadores começa nas festas da faculdade, fazendo com que ela pense se foi mesmo uma boa ideia ir para tão longe de casa. Apesar do enredo da história pecar um pouco em seu lado surpreendente, Boa Noite definitivamente trás uma história necessária de ser contada. Abusos sexuais estão longe de ser algo fictício, e a autora aborda isso de uma forma muito real. Gostei da forma como ela também conseguiu englobar os ideais feministas na trama, porque têm tudo a ver com os acontecimentos descritos no livro. Além disso, assuntos como preconceito racial, sexual e machismo têm seu espaço, mesmo que o assunto central do livro seja os abusos sexuais. 

A Protagonista: Eu gostei da Alina, não há como negar que ela teve um bom desenvolvimento do início para o final da trama. Achei suas ações bem condizentes com a personagem, como ela não mudou do nada simplesmente, mas essa mudança foi acontecendo gradativamente. Ela é uma das quatro (apenas quatro!) mulheres a integrarem a turma de Engenharia da Computação e por isso ela e a as amigas acabam sofrendo muitas piadinhas e preconceitos, por parte dos professores também. Por esse motivo já é preciso ser forte para aguentar essa pressão do escárnio dos outros colegas, e gostei de ver como ela nunca pensou em desistir de seguir seu sonho. 

Personagens Secundários: Os amigos que Alina faz na República das Loucuras são os melhores personagens, com certeza! Menu é minha favorita sem sombra de dúvidas! Ela é divertida, super mente aberta e uma amiga incrível. Daquelas personagens que você queria que fosse real só para ser amiga. Talita e Bernardo são namorados, que vivem se agarrando, mas são adoráveis mesmo assim. E Gustavo *suspiro* é maravilhoso! Daqueles personagens que você nem terminou o livro e ele já está na lista de crushes literários. Gostei muito da forma que todos eles tiveram um impacto positivo na vida de Alina.

Capa, Diagramação e Escrita: Essa foi a capa que votei quando a Pam fez a enquete, então, logicamente, gosto muito dela. Depois de ler o livro ela fica ainda melhor, já que representa um lugar super importante para a protagonista. A diagramação é bem simples, mas ficou ótima. A escrita da Pam é muito fluida, houve uma boa melhora do conto dela em O Amor nos Tempos de #Likes. O principal, é bem viciante! Minha única reclamação é que o livro é muito curto, eu poderia ficar lendo mais 150 páginas de boa, principalmente depois do final.

Concluindo: Boa Noite não chega a ser original e faltou um pouco de surpresa quanto à trama, mas é um livro que precisa ser lido pelos jovens brasileiros, contendo um assunto que precisa parar de ser tabu e começar a ser discutido com seriedade. Quem gosta de livros contemporâneos deve dar uma chance, principalmente os fãs de Jennifer Brown e Sarah Dessen, autoras que com certeza inspiraram muito a Pam na hora de escrever o livro. Além do mais, vale a pena também para apoiar a literatura nacional.

Classificação: