Resenha - Cujo

Título: Cujo
Título Original: Cujo
Livro Único.  
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 376
Ano: 2016
Saiba mais: 
Skoob
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Sinopse: Frank Dodd está morto e a cidade de Castle Rock pode ficar em paz novamente. O serial-killer que aterrorizou o local por anos agora é apenas uma lenda urbana, usada para assustar criancinhas. Exceto para Tad Trenton, para quem Dodd é tudo, menos uma lenda. O espírito do assassino o observa da porta entreaberta do closet, todas as noites. Você pode me sentir mais perto… cada vez mais perto. Nos limites da cidade, Cujo – um são Bernardo de noventa quilos, que pertence à família Camber – se distrai perseguindo um coelho para dentro de um buraco, onde é mordido por um morcego raivoso. A transformação de Cujo, como ele incorpora o pior pesado de Tad Trenton e de sua mãe e como destrói a vida de todos a sua volta é o que faz deste um dos livros mais assustadores e emocionantes de Stephen King.

A Trama: A premissa do livro é bem simples: Cujo era um são-bernardo dócil e muito querido, até ser mordido no focinho por um morcego com raiva. Aos poucos o cão vai perdendo seu auto-controle e precisa acabar com quem está infligindo aquela dor a ele (o que, na sua percepção, é qualquer humano que aparece a sua frente). A trama também envolve a traição de Donna e decisão de Charity de finalmente confrontar o marido para conseguir algo que quer. Isso dá corpo a história e constrói os motivos e acasos para o que está por vir, embora as partes mais interessantes sejam as que aparece o cachorro metendo o terror (sério, quem leu o livro realmente se interessou por toda aquela enrolação da situação da agência publicitária do Vic? Só vi linguiças sendo enchidas nessas passagens). O ponto alto do livro é quando Donna e Tad ficam presos no carro. Eu me senti sem ar e até doente como eles.

Os Personagens: Eu não me interessei exatamente por nenhum personagem, mas eles foram bons para contar a história. Honestamente, senti mais empatia pelo coitado do Cujo, que estava sofrendo. Ele era um bom cachorro e não estava fazendo nada daquilo porque queria. Achei interessante o autor inserir passagens sob o ponto de vista dele. Donna e Vic estão passando por um momento complicado no casamento, além de Tad morrer de medo de dormir à noite porque o monstro no armário prometeu que chegaria cada vez mais perto. Charity está exausta da vida com o marido, Joe, e com medo de que o filho fique cada vez mais parecido com ele, mas não tem coragem de deixá-lo. Achei que Frank Dodd, o serial killer que cometeu suicídio e possível monstro no armário de Tad, teria um papel maior na história, o que não é o caso. 
  
Capa, Diagramação e Escrita: Essa edição está maravilhosa! Eu não tinha gostado muito da capa pelo computador, mas pessoalmente ela é muito bonita, em capa dura, com baixo relevo na pata e arranhões do cachorro. Por dentro o livro também está muito bonito, olha só essas duas páginas. A narrativa do King é, como sempre, bem gostosa de acompanhar. O livro todo é um único capítulo, para dar um ar contínuo à história, mas há quebra entre parágrafos para separar uma passagem da outra, então não se preocupem. No final há também uma entrevista muito boa com o autor, onde ele fala sobre seu processo de escrita, sobre Cujo e outros de seus livros, o que ele acha de algumas adaptações e etc.

Concluindo: Eu gostei de Cujo, mas não de tudo. Os momentos de tensão, porém, são muito bem feitos e conseguimos torcer para que os personagens consigam sair daquela situação. Não virou um dos meus favoritos do autor, mas com certeza vale a pena a leitura.