Resenha - Comportamento Altamente Ilógico

Título: Comportamento Altamente Ilógico
Título Original: Highly Illogical Behavior
Livro Único
Autor: John Corey Whaley
Editora: Rocco
Páginas: 256
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Sinopse: Um garoto de 16 anos tímido e retraído que sofre de agorafobia (transtorno de ansiedade que leva a pessoa a evitar locais que não considera seguros); uma menina ambiciosa e realista que sonha em entrar para a faculdade de psicologia. Determinada a provar que merece ser aceita no segundo melhor curso do país, Lisa se aproxima de Solomon para ajudá-lo a superar suas dificuldades, trazendo também seu encantador namorado, Clark, para próximo de sua “cobaia”. Logo, os três formam laços inesperados de amizade. À medida que se conhecem melhor, porém, os planos de Lisa começam a sair de controle, e cada um deles é obrigado a rever suas certezas e encarar seus medos. Será que Sol, Lisa e Clark conseguirão encontrar novos arranjos em suas vidas, servindo de apoio um ao outro na difícil tarefa de encarar a vida adulta que se aproxima?

A Trama: A premissa do livro é relativamente simples, até mesmo porque se trata de um livro mais curto. Lisa é uma futura estudante de psicologia que precisa de uma bolsa de estudos e, para isso, tem um projeto: ajudar Sol, um garoto de 16 anos com diversos problemas mentais que não sai de casa há três anos.
Apesar de o livro começar assim, na verdade a trama se aprofunda na vida de Sol e de Lisa, e na amizade entre os dois enquanto lidam com problemas do cotidiano. Eu, como muita gente, achei terrível que as doenças de Sol fossem tratadas como algo a ser "consertado", porém entendo que a mensagem que o livro tenta transmitir é que o garoto também era uma pessoa normal, apesar de seus problemas. Além disso, gostei bastante da maneira realista (ou ao menos eu imagino que seja realista) como foram retratadas as crises de pânico de Sol e sua ansiedade sobre o mundo lá fora.

Os Protagonistas: Sol é, de fato, um garoto estranho. Viciado em Star Wars (preparem-se para muitas referências), fã de jogos de carta e tabuleiro, Sol poderia ser um ótimo amigo para muitas pessoas, não fosse o pequeno problema de que ele não sai de casa - nem mesmo para ir até o quintal. Eu gostei bastante do avanço do personagem, que foi lento, porém perceptível a cada instante.
Eu odiei Lisa por boa parte do livro. Simplesmente não entendi como um ser humano pudesse ter uma ideia dessas, fazer um experimento com outra pessoa em prol de um benefício próprio - como uma bolsa de estudos. Provavelmente por isso, não fiquei com pena dela quando a garota passava por situações ruins, porém aos poucos ela foi me conquistando um pouquinho (mas não completamente).

Os Personagens Secundários: Meus personagens favoritos? Difícil escolher o primeiro lugar. Clark, o namorado de Lisa, era absolutamente incrível. Paciente, leal, interessante, tudo sobre Clark fazia com que você se apaixonasse por ele. Era simplesmente uma pessoa admirável.
Porém, também amei a família de Sol. Seus pais amorosos e a avó descolada eram um retrato da família que todos desejariam ter. Há alguns outros personagens também, apesar de o livro focar em Sol e Lisa, porém achei que os personagens secundários tiveram pouco espaço na trama - talvez por conta do tamanho do livro.

Capa, Diagramação e Escrita: Eu adorei essa capa! Ela não tem nenhuma relação com a trama, na verdade, mas é tão bonita e é uma capa que combina com um livro sobre doenças mentais. A diagramação interna está ótima, nada a reclamar. 
A escrita do John não é das minhas favoritas. Acredito ser o tipo de escrita voltada a leitores mais impacientes, já que as cenas são rápidas e diretas, sem longas descrições, porém isso também tira um pouco da qualidade da trama. Porém, os capítulos são alternados entre os pontos de vista de Sol e Lisa, e acredito que isso facilitou bastante para compreender os dois personagens.

Concluindo: Eu achei que algumas partes do livro foram ótimas, outras um pouco monótonas, dando aquela sensação de algo que você já leu antes. Entretanto, minha parte favorita foi o final, já que o autor não faz questão que "tudo esteja bem". É difícil de explicar, porém é um final que foge um pouco do clichê que se esperaria, e em geral foi um livro bem envolvente.