Resenha - Celular

Título: Celular
Título Original: Cell
Livro Único.
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 384
Ano: 2006/2018
Saiba Mais: Skoob
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SinopseOnde você estava no dia 1º de outubro? O protagonista Clay Riddell estava em Boston, quando o inferno surgiu diante de seus olhos. Bastou um toque de celular para que tudo se transformasse em carnificina. Stephen King - que já nos assustou com gatos, cachorros, palhaços, vampiros, lobisomens, alienígenas e fantasmas, entre outros personagens malévolos - elegeu os zumbis como responsáveis pelo caos desta vez.Depois de anos de tentativas frustradas, o artista gráfico Clay Riddell finalmente consegue vender um de seus livros de histórias em quadrinhos. Para comemorar, decide tomar um sorvete. Mas, antes de poder saboreá-lo, as pessoas ao seu redor, que por acaso falavam ao celular naquele momento, enlouquecem.
Fora de si, começam a atacar e matar quem passa pela frente. Carros e caminhões colidem e avançam pelas calçadas em alta velocidade, destruindo tudo. Aviões batem nos prédios. Ouvem-se tiros e explosões vindos de todas as partes.
Neste cenário de horror, Clay usa seu pesado portfólio para defender um homem prestes a ser abatido, Tom McCourt, e eles se tornam amigos. Juntos, eles resgatam Alice Maxwell, uma menina de 15 anos que sobreviveu a um ataque da própria mãe.
Os três sortudos - entre outros poucos que estavam sem celular naquele dia - tentam se proteger ao mesmo tempo em que buscam desesperadamente o filho de Clay. Assim, em ritmo alucinante, se desenrola esta história. O desafio é sobreviver num mundo virado às avessas. Será possível?

A TramaO livro parte da premissa que um Pulso foi transmitido através dos celulares para quem estava usando seu aparelho em um mesmo determinado momento. Essa transmissão transformou todas essas pessoas em fonoides, que num primeiro momento só querem saber de atacar as outras pessoas, sem nenhum sinal de racionalidade. De repente o mundo inteiro é tomado, e os normies (humanos não afetados pelo Pulso) passam então a viver em um cenário apocalíptico, onde precisam viajar durante a noite e lutar pela sua sobrevivência. Celular tem uma premissa bem interessante, que apesar de transmitir bem sua história, poderia ter sido melhor explorada, principalmente na questão de "quem" fez isso tudo. Algumas explicações são meio confusas, mas num geral, a trama se desenvolve bem, apesar de ser um pouco lenta. E, claro, não podia faltar o elemento principal das história do King: horror, sangue, morte e muita loucura.

Os PersonagensClay Riddell é o protagonista, então nós e os outros personagens o seguimos em sua busca para encontrar o filho e a ex-esposa. Poucas horas antes do Pulso, Clay tinha acabado de fechar o contrato da sua vida, em que ele finalmente conseguiria publicar uma de suas histórias em quadrinhos, ganhar dinheiro e, se tudo desse certo, reconquistar a ex-esposa. Ele é o típico protagonista de histórias do tipo, em busca de algum ente querido e, inevitavelmente, acaba se tornando uma das pessoas mais importantes da luta contra os fonoides. Tom e Alice também são personagens agradáveis de acompanhar, apesar de Alice poder ser um pouco irritante, mas é compreensível após o trauma que ela sofreu. Jordan é um garotinho bem inteligente e peça chave para a descoberta de algumas coisas importantes sobre os fonoides e o mundo em que vivem no momento. Falando nos fonoides, eles não são os típicos zumbis de histórias apocalípticas. Aos poucos vamos descobrindo que eles possuem alguns dons diferentes, como telepatia, e uma consciência própria bem peculiar e arrepiante.

Capa, Diagramação e EscritaA capa nova é bem simples e genérica, não transmite nada da história, destacando apenas o título e o nome do autor, o que é suficiente para leitores já fãs dele. A diagramação é a usual da editora para os livros do King e não encontrei erros de revisão que consiga lembrar. A escrita do King continua fluida, seus personagens bem vívidos e colocados em situações bem bizarras. Nada diferente do normal do autor.

Concluindo
Apesar de não chegar perto de um favorito do autor, eu gostei da leitura de Celular, mesmo que algumas coisas do livro não tenham me agradado tanto. O final é de dar nos nervos, porque ficamos sem saber se algo daria certo ou não, mas num geral foi uma história interessante de acompanhar. Recomendo se você já for fã do autor, mas não como um primeiro contato com ele, porque pode ser um pouco decepcionante e te fazer desistir de tentar outros trabalhos incríveis dele.