Resenha - Só Escute

Título: Só Escute
Título Original: Just Listen

Livro Único.

Autor: Sarah Dessen
Editora: Seguinte
Páginas: 352
Ano: 2017
Saiba Mais: Skoob / Goodreads
Comprar: Amazon 

*Aviso de gatilho: distúrbio alimentar, abuso sexual/estupro.

Sinopse: Depois de ter sido pega com o namorado da melhor amiga numa festa, Annabel Greene começa o ano letivo sozinha e sendo ignorada pelo resto da escola. Mas o que realmente aconteceu naquela noite ainda é segredo, que ela não se arrisca a contar para ninguém. Os problemas de Annabel são explicitados pela recusa da família em admitir os próprios problemas, a fissura da mãe para que as filhas virem modelos famosas e Whitney, a irmã do meio, que sofre de anorexia. Uma amizade com Owen, o DJ da rádio comunitária, que tenta constantemente ampliar os gostos musicais de Annabel, fará a tímida jovem aprender a falar a verdade, doa em quem doer.

A Trama: Só Escute vai contar a história de Annabel Greene, a menina que tem tudo - ou era isso o que o comercial que ela faz parte quer passar para o público. Desde criança, ela e as duas irmãs mais velhas fazem parte desse mundo de modelos, comerciais, fotos publicitárias e etc. Já no começo do livro, ficamos sabendo que Whitney, a irmã do meio, está passando por problemas devido a um distúrbio alimentar. Além disso, Annabel esconde um segredo sobre algo terrível que aconteceu um pouco antes das férias de verão começarem; algo que deixou Sophie, sua melhor amiga, com um ódio mortal dela. Esse ocorrido era para ser um mistério, mas desde que é mencionado no início do livro, fica bem óbvio o que aconteceu entre Annabel e Will, namorado de Sophie. Outra questão do livro é a amizade tóxica de Sophie. Depois de conhecê-la, Annabel perdeu uma amiga, sua auto-confiança e o sentimento de ser suficiente. Apesar da terrível circunstância, foi um presente ela ter perdido a amizade de Sophie. E é num momento de confronto com Sophie que Annabel conhece Owen Armstrong, um garota capaz de fazê-la enxergar muito mais na vida

Os Personagens: Annabel é uma personagem bastante ingênua, que tem medo de confronto e hesita em falar a verdade para não magoar os outros. Dá pra ver que o ocorrido a perturba bastante, mas acho que a autora tentou dar tanta leveza nisso, que acabou banalizando algo tão horrível. Sophie é aquele tipo de garota que quer mandar em todo mundo e controlar a vida de todos a sua volta, fazendo tudo girar em torno de si mesma, uma personagem com uma personalidade horrível do início ao fim, transformando qualquer amizade em uma amizade tóxica. Owen é um garoto recluso, que vive com os fones de ouvido e não tem receio de falar a verdade na lata. Ele foi um personagem que meio a meio pra mim; em alguns momentos eu gostava, e em outros eu achava o cara um saco, principalmente em relação a música. Quando vi ele falando tão apaixonadamente sobre música, não imaginei que ele gostasse de umas coisas tão esquisitas, como sons de torneira pingando, marinheiros falando sobre a vida no mar, música eletrônica esquisita. O que mais me irritou mesmo era ele tentando cagar regra e obrigar todo mundo a gostar do que ele estava ouvindo. Por outro lado, ele conseguiu ajudar bastante Annabel, que estava se sentindo muito pra baixo e sem saber o que fazer com a vida. Whitney, irmã de Annabel, foi a personagem que achei mais interessante e que mais se desenvolveu ao longo do livro. Ela está lutando contra um distúrbio alimentar - apesar de relutar que está doente no início -, e sua transformação é palpável ao longo da história, achei que a autora fez um bom trabalho quanto a ela.

Capa, Diagramação e Escrita: Essa capa está bem melhor do que a publicada anteriormente, e apesar de ainda não passar uma ideia exata do livro, eu gosto do trabalho feito nela, das cores, das fontes - o "S" do nome da autora escondendo o rosto da menina é minha parte favorita -, acho que tudo combinou bem entre si. A diagramação é simples, mas confortável. Os capítulos são enormes, e sendo uma pessoa que não gosta muito de capítulos muito grandes, achei que esse seria um problema, mas a narrativa da autora é bem fluida, então a leitura passou rapidinho.

Concluindo: Num geral, eu gostei do livro, achei uma leitura fluida e que prende, mas a banalização de um assunto tão importante e a chatisse do Owen não me deixaram gostar tanto. Mas gostei da forma que a autora abordou o distúrbio alimentar de Whitney e todo o tratamento pelo qual ela passou.