Oi, gente! Hoje vou estrear uma coluna nova no blog - yay! O Sexta da Séries é um espaço para falar um pouquinho sobre as séries que assistimos e achamos que vale a pena serem recomendadas para vocês. Decidi começar com uma série de animação que me impactou do início ao fim.
Título: Love, Death + Robots
Ano: 2019
Assista: Netflix
Sinopse: Dezoito histórias comandadas por uma comunidade global de animação, com talentos e perspectivas únicas de estúdios de animação inovadores, diretores e artistas de todo o mundo. Cada filme é meticulosamente trabalhado, carregado com uma mistura de energia, ação e humor negro sem remorso.
Love, Death + Robots é uma série composta por 18 episódios completamente independentes (você pode assistir até fora de ordem), sendo TODOS animados (tá, exceto um, mas que também é incrível). E as animações variam de episódio para episódio. Passamos por animações digitais ultra realistas (parecendo pessoas de verdade!), animações no estilo Pixar, anime, arte abstrata etc. Fiquei impressionada com a qualidade das animações desde o primeiro episódio - que é um dos meus favoritos -, dá pra ver o quanto todos os criadores se empenharam pra fazer uma coisa bonita e que consegue impactar o telespectador. Ah, e é uma série para maiores de 18 anos! Tem muito conteúdo sexual, gente pelada - principalmente mulheres, o que me incomodou um pouco, mas falo mais sobre isso depois -, palavrões, muita brutalidade e sangue. Isso não diminui em nada a mensagem por trás de cada episódio, mas como sei que muita gente não gosta, melhor já deixar avisado.
A série foi explicada muitas vezes como um Black Mirror animado, e dependendo do episódio, eu até concordo com essa afirmação, mas não acho que ela se encaixe com a série inteira. Vários dos episódios estão ali apenas para entreter e até emocionar quem assiste, mas não chegam exatamente a fazer críticas à sociedade. Porém, conseguimos encontrar sim alguns episódios com um viés mais politizado, como por exemplo "Histórias Alternativas", que nos mostra Hitler morrendo de várias formas cômicas (e as consequências que elas trazem pro mundo); e "Quando o Iogurte Assumiu o Controle", que faz uma paródia sobre a população praticamente entregar sua alma para um "salvador da pátria", que promete resolver todos os problemas magicamente.
Uma das minhas questões com a série é a forma como é representada a nudez feminina. Em alguns episódios há justificativas, mas em outros são detalhes completamente inúteis, que não fariam diferença estarem ali ou não, mas eles quiseram colocar mulheres nuas porque sim. O que mais me incomodou, na real, foi no episódio 3, "A Testemunha", um episódio muito legal, mas que desvia a atenção totalmente para o fato da personagem feminina ficar pelada praticamente o tempo inteiro. Há uma justificativa do porquê ela ficou pelada e tal, mas em alguma das paradas que ela fez enquanto fugia dava muito tempo para ela dar uma amarrada no robe que estava usando. Esse episódio foi o mais problematizado pelos espectadores por essa questão, e também foi o que mais me incomodou. A animação, os efeitos, a história em si foram muito bem feitos, mas não consegui engolir toda aquela exposição.
Os episódios são bem curtos, os maiores tendo 17 minutos, e o mais curto tendo apenas 6 minutos de duração. Mesmo passando rápido, são histórias que, muitas vezes, nos fazem refletir e ficar querendo que elas durassem mais um pouquinho. Grande parte dos episódios foram baseados em contos de ficção-científica, e fiquei com muita vontade de ler vários deles. Não vou falar sobre todos os episódios, mas agora vou comentar um pouquinho sobre os meus favoritos.
A Vantagem de Sonnie
Primeiro episódio da série e já conseguiu me impressionar e me deixar impactada. A história se passa em um futuro distópico em que pessoas se conectam a feras para lutarem em uma espécie de ringue. Sonnie é uma campeã invicta e está prestes a entrar em seu próximo desafio. O episódio é incrível, a animação é impressionante e teve tantos plot twists em 17 minutos que me deixou sem palavras. Ele foi baseado no conto Sonnie's Edge, do autor Peter F. Hamilton, e está presente na coletânea A Second Chance at Eden, com histórias que se passam no mesmo universo de uma de suas séries mais aclamadas. Espero um dia conseguir ler o conto.
Sugador de Almas
Como todos os episódios, eu não sabia o que esperar desse quando comecei a assistir, e eu AMEI! Em uma escavação, alguns arqueólogos acabam libertando ninguém mais, ninguém menos que o Drácula, e têm apenas uma arma capaz de espantar o vampiro mór: gatinhos. É um episódio com bastante ação e muito engraçado! Eu ri pra caramba enquanto assistia e quero muito ver de novo um dia desses.
Boa Caçada
Esse episódio foi impressionante e de partir o coração. No início, encontramos uma China cheia de magia e criaturas fantásticas, que são bem incompreendidas e acabam sofrendo por isso. Com o passar do tempo, essa magia vai morrendo com os avanços tecnológicos, e essas criaturas se vêm na obrigação de encontrar outros meios de sobrevivência. É uma história que nos mostra a podridão humana e nos evoca aquele sentimento de querer vingança. Me fez chorar e ficou marcado como um dos meus episódios favoritos.
13, Número da Sorte
Um episódio que, normalmente, não seria muito do meu tipo, mas trouxe uma carga emocional muito grande. Ninguém queria voar na aeronave Lucky 13, onde todas as tripulações que voaram nela morreram. Como era novata, Colby não tinha muita escolha a não ser pilotar a nave azarada. Mas, contrariando todas as expectativas, ela e a Lucky 13 se dão muito bem. É como se a nave tivesse sentimentos, e isso fica ainda mais implícito no final, que conseguiu me emocionar bastante.
Também gostei muito de outros episódios, mas esses são os que me marcaram mais.
Love, Death + Robots me impressionou muito pela qualidade, pelas histórias e todo o trabalho que os criadores tiveram pra deixar tudo perfeito. Uma série que evoca emoções, entretém e te deixa com vontade de mais - aliás, estou aguardando ansiosamente uma segunda temporada com mais episódios incríveis pra me deixar de boca aberta e explodir minha cabeça. Vale muito a pena dar uma chance.
