Título: O Jardim Secreto
Autora: Frances Hodgeson Burnett
Editora: Zahar
Páginas: 351
Saiba mais: Skoob
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Apesar de improvável, se você NÃO souber nada sobre esse livro, NÃO leia a sinopse.
Sinopse: Uma história encantadora de transformação e empatia. Um clássico da
literatura inglesa infantojuvenil adorado há mais de um século por
leitores de todas as idades. Ao perder os pais numa epidemia de
cólera na Índia, onde nasceu e foi criada, a pequena e mimada Mary
Lennox é enviada para viver na lúgubre mansão de seu tio, no coração da
Inglaterra rural. Deprimido pela morte da esposa, o tio está sempre
viajando, enquanto seu filho Colin, primo de Mary, passa a vida na cama
como inválido. Solitária, Mary tenta se divertir vasculhando a
propriedade, até que descobre um segredo incrível: o deslumbrante jardim
de sua falecida tia, trancado e abandonado. A descoberta do
jardim faz com que Mary conheça Dickon, menino que conversa com os
animais e as plantas, e se aproxime do primo, que volta a sair da casa
numa cadeira de rodas improvisada. Assim, a amizade das três crianças e o
encantamento causado pelo jardim começam a transformar a vida de todos
na casa. Publicado em 1911, O jardim secreto já inspirou diversas adaptações para teatro, TV e cinema.
Trama: Mary Lennox cresce na Índia a sombra de pais ausentes, sendo cuidada pelos criados em especial por sua aia; Após uma infestação de cólera no país ela é deixada sozinha em uma casa abandonada - achada por soldados dias depois ela viaja para a Inglaterra para viver com o irmão de seu pai, o recluso e infeliz Archibald Craven. Exposta a novas pessoas e experiências ela inicia uma jornada de auto - conhecimento, e ganha um interesse peculiar pelos segredos mantidos na imensa propriedade de Misselthwaite - que vão desde um jardim proibido, a um choro insistente que assombra a mansão todas as noites.
A Protagoista: Seca e azeda são as melhores palavras que consegui encontrar para definir a Srta Mary, extremamente negligenciada pelos pais, que não gostavam ao menos de vê-la ela é criada pelos serventes da casa até seus dez anos de idade. Desprovida de qualquer amor e bajulada a exaustão ela não consegue definir ou entender grande parte dos sentimentos - apesar de se julgar importante e ter uma noção centralizada de educação e modos ela se comporta muitas vezes como um animal, arisca e focada em suas necessidades básicas - como comer, se vestir etc, e qualquer coisa além disso é desinteressante ou desperta aborrecimento ou ira generalizada. Depois de ser exposta a Martha - camareira elegida para assistência-lá e as diferenças do interior da Inglaterra, Mary parece despertar de seu torpor e passa a curtir o ambiente e se interessar pelas pessoas, começa a entender diferentes sentimentos e como se encaixam em sua vida. A partir daí ela começa a ser moldada principalmente pelas pessoas que conhece - levando todo uma experiência a cada novo encontro. Ver o desenvolvimento dela e a construção dos demais personagens, é nada menos do que um prazer.
Capa, Diagramação e Escrita: As edições clássicas da Zahar são uma graça, e nesse caso, a escolha padrão da edição de bolso de luxo, as páginas em papel offwhite e a ilustração florida da guarda combinam perfeitamente com toda a atmosfera lúdica que encontramos na história. A diagramação é simples, mas bem polida - a escrita da autora é um acalento, ela parece te acolher com carinho durante toda a leitura, e a narração dividida em primeira e terceira pessoa deixa o livro fluído e com ares de conto de fadas.
Concluindo: Eu assisti ao filme canadense O jardim Secreto de 1993 quando bem novinha com a minha mãe, não muito depois de seu lançamento, e a partir daí é provável que eu o veja pelo menos umas 4 ou 5 vezes ao ano - sou apaixonada pela história e composição. É uma vergonha sem tamanho eu não ter lido o livro por inteiro, até agora - finalmente eu consegui e não existe um pingo sequer de decepção em mim, é uma história incrível e a forma que ela é contada é extremamente inspiradora e gostosa de se desfrutar - imagino que será outra vício a se aproveitar mais de uma vez ao ano.
