Resenha - A Mulher do Viajante no Tempo

Resenha feita pela Maay!  
Título: A Mulher do Viajante no Tempo
Título Original: Time Traveler's Wife
Livro Único
Autora: Audrey Niffenegger
Editora: Suma de Letras
Páginas: 456
Ano: 2009
Saiba mais: Skoob
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Minha opinião em uma frase: entrou para o “top 10”.

Sinopse: Henry sofre de um distúrbio genético raro. De tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele se vê viajando no tempo, levado a momentos emocionalmente importantes de sua vida tanto no passado quanto no futuro. Causados por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. A cada viagem, ele tem uma idade diferente e precisa se readaptar mais uma vez à própria vida. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação.

A Trama: O livro conta a história de Clare e Henry. Henry sofre com uma doença genética que o faz viajar no tempo, portanto a história intercala entre passado, presente e futuro. Isso faz com que seja importante prestar atenção. Não é um livro que pode ser lido enquanto fazemos outras dez coisas ao mesmo tempo, pois o menor detalhe perdido, pode significar um grande fato mais para frente (experiência própria).
Voltando ao assunto, as viagens ocorrem, normalmente, em momentos de stress e não são controladas por Henry. Ele um momento está, e no outro não está mais. Nessas viagens, ele sempre acaba encontrando algum de seus entes queridos (mesmo que em uma época anterior à que eles se conheceram).
Henry, um dos "pulos", conhece a pequena Clare. Em outro dos "pulos" ele lhe conta que ela será sua esposa, algum dia. Porém, ele não diz como, quando e nem onde eles irão se encontrar. A garota passa, então, a sonhar com esse dia por toda a infância e adolescência. Até que chega o dia do primeiro encontro dos dois, no presente, que é hilário. Henry sem entender nada e Clare já apaixonada há anos.
E assim a história se desenrola... De um jeito apaixonante, que a torna viciante e impossível de largar. É daqueles livros que, ao mesmo tempo em que quer logo saber o final, você não quer que acabe nunca. Daqueles que sente ciúmes, mas também quer obrigar todo mundo a ler.


Os ProtagonistasSinceramente, é impossível falar dos protagonistas separados. Simples assim. Henry e Clare são casal, e devem ser descritos como tal.
A relação dos dois se constrói aos poucos, desde que Clare conhece Henry, ainda pequena. Mas está ali, desde o começo. Está no modo como ele se torna amigo da menina, já sabendo que alguns anos mais tarde os dois serão um casal. E depois, no modo como ela encara essa amizade, na forma como ela reage quando descobre que aquele amigo é seu futuro marido.
Desde o início, mesmo que envolvido pela fantasia da viagem no tempo, esse relacionamento carrega uma carga sentimental tão forte, que convence perfeitamente o leitor. Convence com a maturidade de Clare quando criança, sua compreensão com Henry e seus surtos de raiva na vida de casados. Convence no carinho dele por ela, na paciência nos momentos em que Clare estoura, e em sua preocupação por deixá-la...
Confesso, há momentos em que a história se torna tão crível, que por vezes me peguei desejando vivê-la (momento carência, haha).


Os Personagens Secundários: A avó de Clare aparece relativamente pouco na história, mas levando-se em conta que meu diálogo favorito foi com ela, a velhinha se tornou uma das melhores personagens, para mim. Nesse diálogo ela parece enxergar além das aparências, dando a entender que sabe sobre as viagens de Henry e sabe sobre os encontros dos dois durante a infância de Clare, fato que ela mantinha em segredo. Essa sensibilidade e sua capacidade de compreender a neta, renderam boas lágrimas para esse ser de coração mole que vos fala.
Os outros personagens são muito bem estruturados, e ganham o destaque necessário (alguns até mais que a avó de Clare), mas nenhum me conquistou tanto quanto ela.

Capa, Diagramação e Escrita: Acho a capa original uma graça. Não sei se sou só eu, mas ela me lembra muito aqueles dias de inverno, extremamente frios, mas com um sol maravilhoso. Não quero soltar spoilers, mas tenho quase certeza que foi baseada em uma das cenas mais tristes do livro.

A escrita de Audrey é de outro mundo. A narrativa, feita em primeira pessoa pelo casal de protagonistas, é genial. Ao mesmo tempo em que viajamos no tempo com Henry, podemos entender como Clare se sente cada vez que seu amado simplesmente desaparece. Outro ponto que me conquistou foi a riqueza de detalhes. Sei que muita gente pode não gostar disso, mas nessa história os detalhes são fundamentais, principalmente para que o leitor consiga alternar entre passado, presente e futuro sem se confundir.

Concluindo: Vocês não poderiam ter feito uma escolha melhor (na enquete). O livro me conquistou por completo, e eu amei cada página. Sinceramente, não entra na minha cabeça como uma pessoa pode não gostar dessa história.
Sou obrigada a admitir que há momentos confusos. Porém, com o passar das páginas, tudo fica mais fácil de ser compreendido e todos esses pontos são resolvidos ao longo da trama, mostrando o potencial altíssimo da autora, que não deixa nenhuma ponta solta. Pode ser que você não entenda as coisas num primeiro momento, mas pode ter certeza, mais para frente tudo fará sentido.
Por fim, a história de Clare e Henry não poderia ter sido mais perfeita, e a narrativa mais envolvente. O livro me envolveu de uma forma, que só aqueles que entram para o meu “Top 10” conseguem. Os personagens me conquistaram e a história me convenceu. 


Sobre o filme: Claro que há mudanças, mas não o suficiente para fazerem do filme uma decepção. Pelo contrário, eu adorei! Em grande parte ele é fiel à história criada por Audrey, e o único problema é que algumas coisas não são explicadas, então, se você não ler o livro, vai ficar sem entender alguns pontos. Nada que influencie na compreensão do todo. Os atores, Rachel McAdams (só eu acho ela a cara da Paola Oliveira?) e Eric Bane, incorporaram perfeitamente os protagonistas, e não deixaram nada a desejar.
Em resumo, é um dos poucos filmes de livros que gostei tanto quanto da obra escrita. Na minha humilde opinião, um completou o outro, e vale à pena conhecer ambos.


Quotes:

Odeio estar onde ela não está, quando não está. No entanto, vivo partindo, e ela não pode vir atrás.

É difícil ficar para trás. Espero Henry, sem saber dele, me pergunto se está bem. É difícil ser quem fica.
Mantenho-me ocupada. Assim, o tempo passa mais depressa. 

- Você sente falta dele alguma vez? – ela me pergunta.
- Todos os dias. A cada minuto.
- A cada minuto – ela diz. – Sim. O amor é assim, não é? – Ela vira de lado e afunda no travesseiro.
Classificação: