Resenha - A Filha do Apanhador de Demônios

Resenha feita pela Tay!  
Título: A Filha do Apanhador de Demônios
Título Original: Forsaken / The Demon Trapper's Daughter
Série: Apanhadores de Demônios
1- A Filha do Apanhador de Demônios
2- Ladrão de Almas (2013)
3- Forgiven (2012 US)
4- Foretold (2012 US)
Autor: Jana Oliver
Editora: Farol Literário
Páginas: 364
Ano: 2012
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Sinopse: Riley Blackthorne precisa apenas de uma chance para provar do que é capaz. E é exatamente com isso que os demônios estão contando... Riley tem apenas dezessete anos e é a única filha de Paul Blackthorne, um lendário caçador de demônios. Ela sempre sonhou em seguir os passos do pai e, em tempos de crise econômica, e de Lúcifer infestando as grandes cidades com novos demônios, a Associação de Caçadores de Atlanta está aceitando toda ajuda possível, mesmo que seja de uma garota.
Quando ela não está fazendo o seu dever de casa, ou tentando disfarçar a queda que tem por Simon, outro aprendiz de caçador, Riley ajuda a proteger os assustados moradores da cidade das figuras demoníacas. Somente as de Nível Um, seguindo as regras do seu treinamento.
Sua vida caminha normalmente, na medida do possível para uma adolescente caçadora de demônios, até que um demônio de Nível Cinco trava uma batalha com Riley na biblioteca. Como se isso já não fosse ruim o bastante, sua vida ainda é abalada por uma terrível tragédia, colocando em risco todas as suas escolhas e levando Riley para um perigoso caminho. Com o mundo desabando ao seu redor, a quem ela poderá confiar sua vida? E o seu coração?

A Trama: Riley Blackthorne está determinada a seguir os passos de seu pai como caçadora de demônios, embora alguns membros da Associação de Caçadores de Atlanta não estejam muito felizes com isso, pois nunca tiveram uma mulher caçando. Independente de todos os olhares tortos para ela, Riley quer muito ser caçadora como seu pai, mas precisa começar como aprendiz, seu próprio pai sendo seu mestre. Os aprendizes começam lidando com demônios de níveis mais baixos (há cinco tipos de castas dividindo os demônios, sendo que os de nível um são os mais fáceis de lidar, os de nível três são tipo o nível intermediário, e os de nível cinco são os mais poderosos e perigosos), e quando Riley está caçando um nível um na biblioteca de uma faculdade, ela encontra problemas, pois aquele demônio não está agindo da maneira certa, fazendo um desastre total acontecer na biblioteca (demônios de nível tão baixo não são tão poderosos). Então só pode haver uma explicação para isso: os demônios, contrariando anos e mais anos de história, estão trabalhando juntos, o que não é nada bom. Para piorar, os demônios chamam Riley pelo nome, o que não acontece com outros caçadores. Depois que a morte de seu pai abala suas estruturas, ela tem que lutar com mais afinco pela sua permanência na Associação e para provar que uma mulher pode sim lutar contra demônios. E ela ainda tem que montar guarda em frente ao túmulo de seu pai, para nenhum necromante tentar reanimá-lo.
Eu achei a trama até interessante, a autora abordou o tema de uma maneira diferente da que eu já havia visto por aí. Os demônios são monstrengos saídos do inferno para atarzanar a vida das pessoas, mas a missão dos caçadores não é matá-los. Eles apenas os prendem, vendem para um negociante e este, por fim, entrega-os à igreja, que decidirá o que fazer com aqueles seres. Eu achei a história bem interessante, mas dá pra perceber que ainda há muito a evoluir ali. A autora levantou muitas questões durante o livro, mas nada foi respondido nesse volume. Infelizmente várias coisas me incomodaram durante a leitura e eu vou explicar melhor nos tópicos abaixo.


A Protagonista: Riley queria provar pra todo mundo que era dura na queda e que podia lidar muito bem com os demônios. Com o desastre na biblioteca, ela perde um pouco da credibilidade que tinha por ser filha de Blackthorne e passa a ser apontada pelos membros da Associação como um problema do qual eles deveriam se livrar logo. Apesar de querer ser durona, ela me irritou pelas coisas idiotas que fez durante o livro, além de realmente parecer uma menininha (embora fique muito brava quando alguém diz isso). Quando vê Simon pela primeira vez, ela meio que se apaixonada na hora, sem motivo nenhum (sério mesmo, o garoto só tinha beleza, porque pra mim ele era um pamonha). Mas mesmo quando começa a sair com ele, ela não deixa de flertar com outros caras e pensar “ai meu Deus, como ele é gostoso; nossa, ele é isso, ele é aquilo...”. E no momento seguinte já está toda apaixonadinha pelo Simon de novo! Eu não aguentei isso. Além de uma coisa que ela pensa sobre Beck nos últimos capítulos do livro, contrariando muita coisa que aconteceu e que ainda ia acontecer. Em alguns momentos eu gostei dela, principalmente sua determinação em mostrar que era boa, mas em outros... Digamos que eu pensei várias vezes: “o quê você tá fazendo?”.

Os Personagens Secundários: Vou começar pelo Beck, porque ele foi, com toda certeza, o personagem que eu mais gostei no livro. Ele é cinco anos mais velho que Riley e já foi até para o exército, voltando com uma cicatriz na alma de lá (como muitos – ou todos – os soldados), e, aos quinze anos, assim que ele voltou, Riley teve uma paixonite por ele, que tratou logo de dispensá-la, causando uma aversão eterna na garota – é, nem tanto. Eu gostei dele pelo seu jeito e por ele sempre estar lá para ajudar Riley quando o pai dela morre, mesmo quando ela, sendo orgulhosa, tenta evitá-lo a qualquer custo. Simon era perfeitinho de mais, o que me deu certa desconfiança nele, mas logo percebi que ele é apenas quietão e não se envolve muito com as pessoas. Sei lá, o romance dele com a Riley pareceu ser meio forçado para mim, a autora querendo simplesmente “socar” isso dentro do livro. Não me convenceu. Principalmente pelas mudanças constantes nos pensamentos da protagonista, como eu já disse. Peter é o amigo meio nerd dela, sempre lá para ajudá-la, mesmo que sua mãe odeie a garota. Gostei dele. Há vários outros personagens secundários, membros da Associação e alguns que vão aparecendo pelo caminho, mas vou deixar que vocês os conheçam quando ler.

Capa, Diagramação e Escrita: Sinceramente, essa capa é terrível! Nada contra a modelo, mas a imagem não ficou legal, aquela foto da cidade lá atrás não ficou uma montagem bacana. Apesar de querer retratar a cidade de Atlanta, acho que a editora deveria ter escolhido uma imagem que combinasse mais com o tema do livro, já que a cidade em que se passa nem é tão importante assim. E as cores e fontes do título também não ficaram bacanas. Falando no título, ele deveria ser A Filha do Caçador de Demônios, já que a expressão “apanhador de demônios” não é mencionada nenhuma vez durante o livro. A diagramação está ok, bem simples, a fonte é pequena, mas o tamanho do livro também, então acho que não atrapalha no ritmo de leitura, e tem o primeiro capítulo do próximo livro no final. Agora a parte em que mais fiquei indignada com essa edição nacional: tradução e revisão. Logo no início dá pra perceber que a tradução não é lá essas coisas (tem um agradecimento da autora em que ela fala da P.C. Cast, autora de House Of Night; em vez de traduzirem “minha amiga P.C. Cast”, eles deixaram “meu amigo P.C. Cast”). Mesmo que eu não tenha lido o texto original, sabe quando você lê uma frase e vê que as palavras contidas nela não combinaram, e percebe que existia outra que poderia estar ali que faria muito mais sentido? Foi tipo isso. Uma tradução mais ou menos dá até pra relevar, porém o que mais me incomodou foi a não revisão. Eu olhei e esse livro teve dois revisores, que deixaram passar erros que estavam na cara. Várias palavras escritas erradas e a troca de palavras numa frase (tipo “olheiras” por “orelhas”). Esse não foi o único caso, mas os erros eram muito ruins. Felizmente não ocorrem em 100% do livro, mas se eu não estivesse gostando da trama, não sei se conseguiria terminá-lo no tempo que terminei. O livro foi narrado em terceira pessoa e a autora usou uma linguagem bem jovem, digamos assim, e eu até gostei, embora os pensamentos da protagonista sempre que via um cara bonito fossem: “nossa, como ele é gostoso”.

Concluindo: É um livro que vale pela trama, e ela tem muito a evoluir ainda (e espero que evolua). Se você puder ler em inglês, eu aconselho, se não puder, tente passar pelos obstáculos da edição brasileira como eu e se divirta. Vale a pena pelo Beck.

Quotes:
- Você dança ao redor do fogo ou algo assim?
- Depende da mágica. Às vezes estamos vestidas de céu, às vezes não.
- Vestidas... de céu? – perguntou Riley.
- Peladinhas, como dizem por lá – Ayden disse, piscando.
- Os mosquitos devem ser um saco.

Peter podia não saber, mas havia desenhado uma linha na areia. De um lado estava a vida que eles costumavam ter – conversar sobre a escola, reclamar dos pais, toda essa coisa. Do outro lado estava a vida nova de Riley. Aquela que poderia acabar com ela.

- Hello, tenho dezessete anos. Nem saí da escola ainda, e você acha que vou deter o fim do mundo? O que vocês andam fumando?

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